Lá pelo fim dos anos 60, época das
cadeiras elétricas de dois tempos e três cilindros H1 e Ci.a, começou a se
desenhar no Horizonte uma tendência no principal mercado do mundo, o americano:
as pessoas não queriam motos de dois tempos grandes e fumacentas, com motores canhão
do tipo matar ou morrer: ou nada de torque ou um caminhão de potencia chegando
de uma vez só.
Foi então começado o planejamento de uma moto mais moderna e de quatro tempos, com quatro cilindros transversais em linha. Mas, para grande desgosto dos meninos da Kawa, em fins de 68 chegou a Honda CB 750 e melou tudo. O projeto foi quase cancelado, mas decidiu-se aumentar o motor de 750 para 900 cm³ e lançar uma moto por cima do Hondão. Três anos depois , precisamente há 40 anos atrás em 1972, chegou ao mercado a moto que inaugurou o setor das Supermotos, a Kawasaki 900 Z1. Com 82 CV, quinze a mais que a CB, ela era o avião daqueles tempos, com sua potencia de 600 atual... mas um peso e um tamanho descomunais para a época: 256 KG, ao menos 46 a mais que a CB....
O desatinado cronista que vos escreve,
jovem ainda com seus vinte e poucos anos e andando nessa época em uma fabulosa
CB 350, pediu uma recém chegada Z1 para dar uma volta. Voltou rindo pois a pele
era curta e o lugar onde o Sol não bate estava totalmente travado pelo pavor
incutido pelo motorzão de dois comandos, mas só duas válvulas por cilindro e
sua monstruosa capacidade de aceleração. Parecia a mim aq nave da Guerra nas
Estrelas.... o probleminha era o quadro flexível - era apelidado de Flexi-Flyer – como em quase
todas as japonesas dessa época. Isso criou um mercado para os quadros Métisse,
Nico Bakker e Egli, todos dotados da velha técnica européia de fazer estruturas
decentes para motores potentes. Andar na cadeira elétrica era uma emoção única,
pois na reta era muito rápida, mas entrar em curva freando era perda total na
cueca...
o terror começava ao brecar e a frente – com um só disco – torcia
toda, pois o esforço da frenagem era aplicado em uma só das canelas fininhas.
Ainda bem que tinha sede para colocar mais um disco na canela do lado
esquerdo.... Mas a grande emoção era entrar na curva como o Criador permitia e
com fé na sobrevivência e a jaca enorme saía sambando embaixo de você, dando
uma saudade de casam da comidinha gostosa da mamãe e dos lençóis limpinhos da
sua caminha cheirosa... mas a tara pela velocidade era mais forte e tome de
botar frente Ceriani, amortecedores Koni, balança reforçada e vamos que vamos.
Claro que surgiu uma rivalidade entre o povo da Kawa e os pilotos de CB750, já
nesse tempo alargadas por pistões majorados para 850 ou 90 cm³ da Japauto,
famosa embrabadora de Paris. E a lenha comia solta. Diziam que o Paulo Cesar
Renha, importador de Japauto no Rio, tinha uma CB cujo quatro-em-um dizia :
eu-papo-kawa, eu-papo-kawa.... E o Zé da Kawa, outro dos heróis das ruas do Rio,
lutava bravamente...
7 comentários:
Essa é a maquina ,bonita e elegante até hoje e a Kawa não era pra qqer um...
k
Enquanto isso a BMW com a R75/5 quase da 2a guerra....so mudou em 74 com a R90.....e as outras europeias faliram por causa das japas....
Lembro bem das 2 KAWAS que frequentavam o Arpoador dos anos 80: a do Zé, prateada e carenada, e a do Jorginho, verde. Bonitas demais...
Mahar, sou apenas um franguinho me comparando contigo no mundo das motos, mas já li algumas pessoas que consideram a Vincent Black a primeira Superbike do mundo. O que tu acha ?
o que define e caracteriza uma super bike?
VEJA A MATÉRIA DA VINCENT EGLI...FALO DA ERA MODERNA...
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