quarta-feira, 30 de março de 2011

OLDSMOBILE 1947 FASTBACK E NOTCHBACK


Hoje enfocamos os dois carros de S. Excia. o M.D. Presidente do nosso clube, o Veteran do Rio. Homem detalhista e de bom-gosto, Bob sempre gostou dos Oldsmobile do imediato pós-guerra. Tanto que hoje em dia tem dois. Diferenças sutis os distinguem, mais propriamente o porta-malas, mais proeminente em um deles e carenado ao estilo fastback, no outro. Ambos são modelos 76, ou seja, os modelos de luxo da série seis-cilindros.


Os projetos são derivados fortemente dos veículos fabricados nos primeiros meses de 1942 com, no entanto, novas grades de barras horizontais que se terminavam em curvas para baixo em suas extremidades. O restante do carro ainda conserva os últimos resquícios do luxo e refinamento de interiores dos carros do final dos anos 30 com seus mostradores ainda meio Art Déco e o que se chama de WOODGRAIN nas superfícies metálicas expostas do painel, provocando um efeito de beleza e refinamento. O volante é uma obra de arte com seu rico aro de buzina secundado pela capelinha do Hydramatic opcional, mas que vinha em quase todos eles. Tente achar um manual já nessa época e vai ser difícil.


A mecânica de ambos, o verde e o creme/bronze, são idênticas. Um motor de seis cilindros e válvulas laterais deslocando 3.909 cm³. A potência e de 100 cv a míseras 3.400 rpm, enquanto o torque é vasto, como sói ser nos americanos de um modo geral: 26 kgfm a só 1.200 rpm, mais ou menos o mesmo que um bom Opala seis- cilindros, mas a rotação bem menor. Isso facilita muito a vida do câmbio ao mover o peso do carro.


Aliado ao confortável câmbio Hydramatic de quatro marchas, o carro se move bem, até com certa facilidade, embora não tenha o potencial dos motores de oito cilindros em linha oferecidos na gama para concorrer com bons resultados com os Buick. Aliás, há que lembrar que antes desses motores maiores e mais caros, a Olds estava sofrendo pela primeira vez uma ameaça de fechamento que veio a se cumprir muitos anos depois, no final do século 20. O resto da mecânica era a prática padrão da GM nessa época, com freios a tambor nas quatro rodas, com medidas generosas no caso em tela, e suspensão independente na frente por triângulos superpostos e eixo rígido atrás, com feixes de molas.


Os carros de Sua Excia. estão em dois estágios diferentes de funcionamento, pois o glorioso Fastback foi terminado há muito mais tempo e está mas bem ajustado, enquanto o verde Notchback ainda está em fase final de ajuste. Aquela fase que todos nós que já restauramos um carro conhecemos, o falado break-in. É uma coisa de regular o carro depois de desmontado e remontado, que leva meses de amor e a paciência, mas que ao terminar leva ao Paraíso Ferruginoso.


O Fastback roda perfeito, com os tranquinhos originais desses câmbios Hydramatic do início, mas a direção funciona muito a contento, sendo relativamente fácil de manobrar nesses carros pré-assistência hidráulica, a suspensão absorve bem os pisos do Rio de Janeiro e o carro marcha majestoso e silencioso, chamando uma atenção desmedida nas ruas, até mesmo para um carro antigo, por sua beleza e imponência. E o silêncio de funcionamento, que diz muito da qualidade do carro e da restauração.














2 comentários:

Unknown disse...

Esses carros do Bob são de tirar a calça e pisar em cima...
Belo post, Seu Zé.

Unknown disse...

Belo carro. Tenho um flatline 47 estou com dificuldade de achar as borrachas da suspensão. Alguém pode me ajudar? João kutney