Nesta semana aporrinhando os leitores e falando de velharias que não andam nem uns míseros 200 km/h, o assunto são os meus fetiches, o que me faz sentir calor nas noites de Lua cheia...como muitos sabem, tive uma Honda 500 por 19 anos, que se foi no acerto de contas do final do contrato com uma Madame Mahar. Sempre achei a 500 uma moto equilibrada, boa de andar, uma moto dominável e fiel, mas emocionante. Não era como essas motos “mudernas” de 150 cavalos e 280 km/h, que só heróis usam até o talo...na vida real ela era um doce de côco, e ainda dava pau nas enormes CB 750 desses felizes anos 70 e 80...
É bem verdade que fiz dela uma custom suja, cheia de ferrugem, talvez para contrastar com as motos limpinhas e polidas dos meus amigos e dar prazer ao meu espírito de porco...
E ela andava e principalmente fazia curva, uma motinha levinha embaixo dos meus 1,85 m e 120 quilinhos de amor...modelito ursinho do circo...
Como essas motos que focalizo hoje, tinha um guidão reto e muita coisa boa no quadro e no motor... o autor da moto de tanque Benjis cromado pegou uma 550 meio caída, limpou o quadro de tudo que não fosse necessário, montou uma suspensão decente e foi dando as pequenas frescurinhas que fazem uma moto ficar legal de ver e usar. Entre elas um tambor traseiro furado para refrigerar, molas externas no garfo, uma frente Ceriani italiana e embreagem hidráulica, o velho problema da família das CB 500.
Nunca consegui o motor que sonhava, um CB 650 dos anos 80, o ultimo descendente da linhagem e com 65 cv, mas o que os caras usaram de comandos e carburação, um quatro-em-dois belo, o amortecedor de direção que na época era de Kawa 900, os raios de inox, os aros de alumínio, os pneus modernos, o banquinho com rabeta, o disco duplo original...todas as peças de lingerie mecânica foram aplicadas em uma moto bonita e raçuda, uma moto que não deixa dúvidas sobre os intentos do piloto: ter um instrumento musical de classe e qualidade para voar nas estradinhas do interior sem se matar a 300 por hora..
A outra vermelha e preta também é uma tentação para os corações nostálgicos. Sempre a partir de uma moto meio caidinha, essas Custom Sport Bikes remetem ao passado, aa Gileras 500 de quatro cilindros dos anos 50 e como tem base na boa 500 de fabrica., são motos que dão prazer e emoção a baixo custo e risco.
E não precisa ir tão longe, mas existem outras opções para os que curtem uma senhora mais bem curtida em anos que não seja uma restauração careta e religiosamente fiel aos produtos de fábrica. Nós todos sabemos que nesses tempos os freios não eram a última Coca-Cola do deserto, bem como os amortecedores duplos na traseira. Aliás, a prática de monochoque veio das motos de cross, que precisavam de mais curso no seu uso normal, e foram dotados por marketing nas motos de rua, que podem ter amortecedores mais curtos e efetivos, mas fazer o quê?
A pergunta que fica no ar: por que tudo original ou chopper? Há outras palavras a serem ditas no mundo da moto antiga, outra obras de arte a serem cometidas ou até toleradas, mas abaixo a mesmice!
6 comentários:
Nossa.. olha que eu sou fã das superbikes dos dias atuais. Mas esse seu feitiche é de respeito mesmo! Adorei.. hahaha.
Abraço!
Jonas.
Perfeito, velhinho.... so faltou o instantâneo de sua velha amiga ai, pros jovens saberem do que se tratava no original! Forte abraço...
Torelli
quem sabe um dia...
Renato
Caramba...voce me fez reviver os momentos que passei com uma CB 500 F ano 73 que comprei em 79 e que fiz um estilo Racer Café. Muitas saudades...belo post.
Nossa muito boa essa trasnformação!!!
Estou a um ano tentando terminar uma custom não é facil, não é?
Boa sorte nas proximas voltas com essa belezinha.
Mto sucesso...
Nossa muito boa essa trasnformação!!!
Estou a um ano tentando terminar uma custom não é facil, não é?
Boa sorte nas proximas voltas com essa belezinha.
Mto sucesso...
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