Pouco tempo depois que P. A. Cabral chegou a estas plagas sem Deus e sentiu que tinha se dado bem, eu comecei a querer andar de moto. Nessas alturas já dirigia automóvel há uns anos - Ah! As delícias da ilegalidade!- e um amigo tinha trazido uma Honda CB 350 de Manaus. Isso foi à tampa de inveja e eu tinha que andar naquilo também, embora até hoje seja um fracasso total de bicicleta. Depois de sair do mesmo quarteirão e me aventurar sozinho autodidaticamete pelas ruas do Rio do fim dos anos 60 de madrugada, eu tinha que comprar uma moto.
Como já em tenra idade tinha o espírito tradicionalista, a primeira moto pensada foi uma BSA Gold Star 650. O problema foi a convivência com os velhos Motards e o testemunho do que era o Método de Manutenção Paranóica: tentar adivinhar o que ia quebrar e fazer algo em tempo. Como devem saber meus dois fiéis leitores, mama Mahar não criou otários... Mal acostumado pelo Fusquinha primeiro carro, comecei a pensar em uma coisa mais confiável, que fosse andar todo dia sem requerer muita intimidade com o mecânico, ferramentas e manuais. Então desisti da BSA. Foi aí que entrou em cena uma moto diferente. Comecei a flertar com uma Yamaha XS1, o que havia no Patropi mais próximo do ultimo urro do Leão Britânico.
TX650 MONTADA NO ESTILO CAFÉ RACER INGLÊS |
AVERSÃO FINAL STANDARD DA TX650 |
COLUNA PUBLICADDA NA REVISTA MOTO! DESTE MES.
6 comentários:
Simplesmente genial. Em especial a parte do SDOC.
A moto é linda e maravilhosa, mas há algo que não dá pra ignorar, ó sábio Mahar...
Andar de carro e de moto de maneira ilegal não tem nada de delicioso, e menos ainda de poético ou inspirador.
Isto é uma tragédia nacional! O que faz do nosso país menos do que ele poderia ser! Em Joanópolis, cidade onde moro, moleques acéfalos de doze, quinze anos, pilotam carros e motos como cães raivosos a procura de uma cadela no cio! As autoridades, compadres que são, acham bonito...coisa de macho..."homenzinho feito"! Os imbecis fazem merda uma atrás da outra, e quando lhes é cobrado a responsabilidade por seus atos absolutamente estúpidos, eles são apenas crianças, tadinhos...!
Sei que escrevo como um carola chato e irritante, mas, por favor, comemorar a ilegalidade num blog de expressão nacional não é bom pra ninguém...
Entendo o que o Mestre quiz dizer...
Minha primeira moto foi uma XS 650 F1 ano 1972 comprada "quase OK" e sem lenço nem carteira de habilitação vivi os melhores dias da "Aurora da minha vida" como diria o poeta.
Para variar muito bom esse olhar Mahalesco bem peculiar do nosso amigo Mahar sobre essa maravilhosa moto pena que hoje em dia não temos projetos tão refinados como esse desta moto .
E para as pessoas que discordam deste tipo de olhar Mahalesco de informar sobre clássicos de 2 e 4 rodas e melhor voltar para sua vidinha medíocre de revistinhas e programas autos de fim de semana .
Com relação ao meu comentário inserido nesta matéria, eu queria deixar claro que minhas críticas não são direcionadas ao estilo irreverente e informativo que o Mahar usa para nos contar suas Histórias.
Pelo contrário. Admiro muito a maneira competente como ele faz isto, e admito que é graças a profissionais como ele que as publicações direcionadas ao setor das duas e quatro rodas ainda não se tornaram um profundo e dolorido chute no saco!
Carros e motos são divertidos e necessários, mas nem por isto precisam alimentar o nosso lado "selvagem e irresponsável".
Saudações a todos!
Que viagem Mahar. Ouvi o ronco metalico e ritimado da XS 74 de meuvizinho nos idos de 75. Senti o cheiro da gasolina azul e até as grossas manoplas com amortecimento das Yamahas da epoca. Acho que era a unica coisa em comum com a minha RD 200A azul e com partida eletrica. Ihhh to sentindo cheiro de oleo 2 tempos. Grande abraço. JB.
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