Salão de
Detroit, o que nos interessa
Maior e mais relevante mostra de novidades
automobilísticas dos EUA, personalista no ser organizado por revendedores e
existir desde o longínquo 1908, o NAIAS ou Salão de Detroit 2013 tem sabor
especial: a volta das marcas locais como maiores atrações.
As antigas três grandes, GM, Ford e
Chrysler, pela primeira vez desde a crise iniciada em 2009, deixaram a
humilhante posição de sociais recepcionistas das outras marcas, voltando em
brilho e importância. Estava de bom tamanho para todos: expositores,
visitantes, gente que faz protesto: sem chuva, sem neve, permitindo êxito nos
feitos no lado externo do Cobo Hall, o espaço do Salão. Piquete propondo
negociar com GM a manutenção de postos de trabalho conseguiu se posicionar, com
cartazes em primeiro plano e, ao fundo, o majestático prédio da empresa. Em
protesto capitalista, acionistas da Chrysler pediam à Fiat quitar a adesão à
empresa. Querem participar dos novos lucros, evento quase esquecido pela quase
década de prejuízos e problemas.
O que pintará por aqui
GM exibiu espécie de retorno à
independência, comprando as ações assumidas pelo governo estadunidense na
operação de socorro. Fez mudança nos extremos, na linha comercial e no mito
esportivo Corvette. Nele a sétima série pode ser dita misto histórico – mescla
de ícones de edições passadas: tomada de ar, relevo para o vidro posterior,
linhas laterais, lanternas traseiras. Cada ângulo sugere a impressão de “já vi”, acentuada pela volta da denominação Stingray, dos anos ’70. A apresentação ocorre quase
exatos 60 anos do surgimento do Corvette, aos 17 de janeiro de 1953. Boa
engenharia, chassi em alumínio, carroceria mesclando fibra de vidro e fibra de
carbono, estrutura dos bancos em magnésio. Motor com cara estadunidense: V8,
6.200 cm3, comando no bloco, injeção direta de combustível. Potencia específica
menor que outros esportivos, faz 450 cv, torque de 62,2 m.kgf, e vai de 0 a 100
km/h em 4s. Primeira vez nos EUA, câmbio mecânico sete velocidades – automático
seis.
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Corvette C7. Cara de “Já vi “.
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Chrysler, O Retorno
Construtiva e institucionalmente o pico da
curiosidade foi a escolha do North American American
Truck/Utility of the Year – Picape norte americano do ano – sobre o RAM 1500, superando o Ford
C-Max e o Mazda CXZ-5. Premiação importante, pois picape é o carro mais vendido
nos EUA e o último prêmio à marca foi em 1994. No recuperar orgulho, seu
condutor, Fred Diaz entusiasmado, perdeu o freio e fez o imaginável: deu forte
e latino abraço no CEO mundial Sergio Marchionne que, em relações sociais é
tipo cruza de iceberg com cactus.
Para lembrar, RAM é a marca de picapes da
Chrysler, agora Fiat. E grande destaque e interesse, mostrar ser competitiva e
ter cumprido o assumido com o governo para receber parte da Chrysler: diminuir
o consumo. A marca nas últimas décadas não tinha referências positivas no item.
No caso do RAM por adotar motor EcoDiesel, da italiana VM, controlada pela
Fiat: V6, 3.200 cm3, 240 cv e 58 kgfm de torque, transmissão automática ZF de 8
marchas. Casamento de trabalho com performance, capacidade de reboque de 3.300
kg, superando picapes V8, ávaro em consumo – mais de 12 km/l em estrada. Outras
opções, V6 Pentastar 3.6 litros, 290 cv e V8 grande, 5,7 litros, 360 cv, e o
inadequado e sem horizonte SRT, V8 gasolina, 6,4 litros. 470 cv.
Se a Fiat-Chrysler do Brasil fizer arranjos
no fornecer auto peças, o RAM diesel pode ser de boa colocação no mercado
nacional, por méritos e como único picape grande.
Ford, objetivamente, mostrou o conceito Ajax
para picapes. Baixou do teto os muitos metros cúbicos de picape, parou o Salão
exibindo os traços, elementos de proporcionalidade e estética que presidirão os
futuros lançamentos da marca e da Serie F, seu produto mais vendido.
Substituirá a presente geração baseada no conceito Triton. Mostrou, como a Coluna anunciou semana passada, a necessidade faz
o sapo pular: Mustangs com motores 4 cilindros EcoBoost esportivizados pela
Shelby – um novo caminho.
Decepção, o Fusion não foi escolhido Carro do
Ano,
perdendo para o Cadillac ELR. De carona, Stephen Armstrong, presidente da
operação Brasil, marcou o início da produção Fiesta hatch em São Bernardo do Campo, SP: abril. Sedan
continua importado do México.
By Nissan
Das novidades Mercedes, o pequeno sedã CLA -
Class é a mais importante. Inicia nova família, adequada às atuais exigências
de porte, consumo, emissões, e querendo novos clientes. Lançada nos EUA, onde
em 2012 a Mercedes vendeu 275 mil unidades. É atrevido, rebelde, carro médio
com engenharia superior. Na prática, o conceito A: levar um Mercedes às mãos de
quem nunca pensou ter um. Carroceria no conceito CL – parece coupé, mas é sedan e, no caso, com recordista 0,22 de
resistência ao ar – segurança, eletrônica, motores 4 cilindros de 1.6 a 2.0,
caixa de 7 marchas com duas embreagens e opção de tração nas 4 rodas.
Importante para nós. Será feito em Rezende,
RJ, na fábrica da Nissan – como a Coluna antecipou mundialmente em outubro.
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Mercedes CLA, belo carro, belo passo.
Dieter Zetsche, CEO
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Outra,
para ser importada, o novo Classe E, mesmo estilo CL, laterais esculpidas, duas
grades – como apresentou a Classe C para diferenciar decoração. É o mais
rentável segmento da marca.
Assinalando capacidade de engenharia os carros
estão mais fortes e econômicos, abrindo leque de potencia que vai de 184 a 408
cv, sem contar a versão para encerrar conversas, a E 63 AMG – não é 6,3 litros mas
5,7, 585 cv, e aproximados 80 quilos de camional torque.
Aviso
Na
Toyota aviso é mais importante que produto. Este, o novo Lexus IS, sobre a
plataforma reduzida do GS, e porte para concorrer com sedãs importados – BMW
Serie 3, Mercedes C, Audi A4. A Lexus, marca rica da Toyota, virá ao mercado
nacional neste ano.
O aviso
se chama Furia Concept, e antecipa o novo Corolla, maior, mais
largo, rodas nas extremidades da carroceria, e uma certa dificuldade em acertar
a traseira entre as demandas ocidentais e o conservadorismo oriental. É nítida
herança cultural do uso do Obi – aquele
travesseirinho posterior das vestimentas tradicionais das senhoras japonesas,
meio desequipadas de curváceos glúteos.
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Futuro Corolla: conflitos culturais na traseira
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Honda
Da Honda novidade maior é o pré anunciado
utilitário esportivo urbano sobre a plataforma do Fit/City. Atributo
enfatizado, a enorme capacidade de arrumação interna com os bancos conhecidos
no Fit. 4,30m de comprimento, e citado em Detroit para concorrer com Ford
EcoSport e Peugeot 2008. Não será feito no Brasil, mas no México e sujeito a
cotas – ou a malabarismos na legislação Inova-Auto. Difícil prever volumes de
importação como modelo 2015. Estilo, dir-se-ia atual, mescla de caminhos,
tendências, soluções. Das superfícies atrevidas criadas por Chris Bangle há
anos nos BMW; maçaneta das portas traseiras na Coluna C – como o Nissan
Pathfinder em 1990; faróis e grade lembrando Nissan Murano ... Mecânica não
divulgada, porém 4 cilindros em linha, pequena cilindrada, deve ser novo, em
razão das duras exigências do mercado dos EUA quanto a consumo e emissões. Da
família Earth Dreams que, não se sabe, se chegará ao Brasil, leniente no
assunto.
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O SUV Urbano da Honda
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Nissan
O Infiniti, outro a ser importado, é Nissan
de luxo, o Q50. Motor V6, 3,7 litros, 296 cv, tração traseira e integral,
concorrente de Audi, BMW e Mercedes. Lançamento, o Verso não deve aparecer por
aqui. É um Livina ao gosto ocidental – muito superior ao nosso, criado para o
cliente da Tailândia, trazido para Curitiba.
Não
Curiosidade, o estande da GM exibia o Trax,
pequeno utilitário esportivo e o Brasil como destino. No meio da entrevista de
imprensa, nossa bandeirinha, indicando destinação, sumiu, trocada pela da
Coréia. O regime que as montadoras tanto forçaram o Governo para adotar, forma
de inibir concorrentes externos, tem destas limitações e cotas. Da marca e do
México importamos Captiva e Sonic, e pouco sobraria para o Trax.
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Roda-a-Roda
Pretensão – Anúncio de Carlos Ghosn, o presidente da
aliança Renault-Nissan: a fábrica da Nissan em Resende, RJ, pretende ser a
líder das orientais no Brasil. Terá combinado com Toyota, Honda, e as discretas
Mitsubishi e Suzuki ?
Charme – Aos clientes de caderninho – onde anotou
interesses de compra durante o Salão do Automóvel -, a Peugeot venderá em março
pré série do novo modelo 208, no mercado aos 13 de abril. Dita Premier, em 208
unidades, numeradas. Visual atrativo, pintura fosca, rodas diamantadas em 16”,
itens de couro no interior, GPS e outras concessões eletrônicas, seis almofadas
de ar, ABS, repartidor de frenagem. R$ 54.990.
A propósito – Topo da linha 207 a R$ 41.990. Acima, o
308 assemelhado em conteúdo, R$ 50.990. Privilégio da exclusividade por um mês
tem charme e ônus. Japonês fosse chamar-se-ia Takaro ...
Ordem – Por decisão judicial jornalista Célia Murgel assumiu a Abiauto, associação
dos jornalistas especializados em automóvel. Missão, dar ordem nos papéis e
preparar a sucessão. A Abiauto, objeto de externos desejos pouco claros e
querelas explícitas, vivia invejável situação de baderna jurídica por omissão
de gestor envolvido com montadora para influir na entidade. Trabalho duro para
o saneamento contra muitos interessados no status quo.
Pega – Como a Coluna antecipou – vamos concordar, quem lê a
Coluna do Nasser sabe muito mais e sabe antes ... – a Ford produz anúncio do
Fusion resgatando pegas emocionais dos anos ’80 entre Nelson Piquet
e Nigel Mansell. A Ford juntou estes sexagenários no Fusion
Grand Prix, e
mandou ao You Tube primeiro de seis filmetes:
História – Janeiro marca 30 anos do fim da produção
do Ford Gálaxie, o mais consistente e melhor construído dentre os carros
nacionais. Automóvel de e para elite oferecia imbatida autoridade de conforto,
primeiro nacional com direção assistida hidraulicamente e transmissão
automática.
Diversão – Final de semana de 25 a 27, em Franca,
SP, 3o. Pé na Tábua, competição para veículos produzidos até
1936. Divertido, em pequeno circuito, provas extremas: velocidade e marcha
lenta. Tri campeão Nelson Piquet bisará presença em monoposto Lincoln 1927.
Curador do Museu Nacional do Automóvel entendeu vencer a marcha lenta. Quer
mostrar que advogado também pode entender de mecânica. Irá de Ford A, Roadster,
1929.
Gente – Ratan Tata,
industrial, menos gás. OOOO Mais conhecido dos
empresários indianos, aposentado. OOOO Deixa
executividade, mantém olho no patrimônio familiar que multiplicou muitas vezes
e atingiu US$ 100B. OOOO O grupo Tata excede a Índia, com negócios em
Nova Iorque, Cingapura, em indústria, química, telecomunicações, aciaria,
química, TI, alimentos, bebidas, finanças, hotelaria e fabricação de veículos.
OOOO Está no Brasil, tentando ampliar no fazer veículos
em MG após não combinar com a Fiat. OOOO Ratan,
em hobby cultural: automóveis antigos –
Rolls ex-Marajás. OOOO
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