Alta Roda nº 715 — Fernando Calmon — 8/1/13
CONTA
PESADA
O fechamento final dos números da indústria
automobilística em 2012 foram bem próximos aos previstos pela Anfavea, mas
alguns indicadores ficaram ligeiramente abaixo. Pode-se considerar o ano passado
como de transição até a efetiva estreia agora do novo regime automobilístico,
cujo título marqueteiro Inovar-Auto é exagero.
Produção caiu 1,9% em 2012 (primeira vez em
nove anos), porém reagirá em 2013, um pouco ajudada pela recuperação de
caminhões e ônibus, mas principalmente em razão de fábricas inteiramente novas
em produção plena (Hyundai, Toyota e, modestamente, a Suzuki) e ampliações da
Renault, PSA Peugeot Citroën e Mitsubishi, entre outras.
Anfavea estima que a produção crescerá 4,5%
este ano. O Brasil perdeu para Índia a posição de sexto maior fabricante
mundial de veículos (manteve quarta posição em vendas, em 2012). Recuperá-la não
parece nada fácil.
Problema maior continuam sendo exportações
que ajudam a manter empregos no Brasil. Depois de queda expressiva de 20% de
2012 sobre 2011, a previsão é outro tombo de quase 5% em 2013. Os mercados lá
fora permanecem bastante debilitados, de fato, mas altos custos internos de
produção e nossa moeda mais propícia a importar do que exportar dificultam tudo.
Vendas ao exterior representaram apenas 13%
da produção, em 2012, quando o ideal seriam 25%. Em 2005, apenas a exportação
de veículos montados significou cerca de 30% do total produzido, o que
dificilmente voltará a se repetir. Este ano ainda haverá discussão com os
argentinos, até junho, sobre o acordo de livre comércio que deve ser adiado
pela terceira vez. Tudo indica que continuarão restrições para exportar para
lá.
Quanto ao mercado interno, fator a observar
é o ritmo de queda da inadimplência que ficou em 5,6% em 2012, cerca de dois
pontos percentuais acima do normal. Isso impede queda mais expressiva dos juros,
que já deveriam estar consistentemente abaixo de 1% ao mês para financiamentos
típicos de 36 meses com 10% de entrada.
Também vale observar o papel dos bancos em
relação aos chamados “feirões”. Até 2011 garantiam boas comissões às
concessionárias graças aos juros altos. O cenário reverteu. Agora os
fabricantes de veículos é que deverão prover rentabilidade mínima às lojas.
Como se refletirá nos preços ao consumidor ainda é incógnita.
A volta do IPI cheio será gradual até o
final do primeiro semestre, historicamente período mais fraco do ano. Assim,
essa transição vem em boa hora.
Adoção mandatória dos rastreadores em 2013
ainda depende de outra rodada de testes, com frota de veículos em diferentes
pontos do País. Se tudo sair bem, os fabricantes farão encomendas e instalarão
em parte dos veículos (aplicação gradativa) justamente em julho, já com IPI
alto restabelecido.
As fábricas, em produção seriada, colocarão
as peças em locais que serão descobertos por ladrões de carros com facilidade.
Teme-se que aumentem sequestros de motoristas para impedir ou retardar ordem de
rastreamento, pois o serviço tem contratação opcional. Tomara que não se repita
o mesmo triste episódio do estojo de primeiros socorros obrigatório, depois
cancelado. Só que a conta agora é bem mais pesada.
RODA VIVA
JANEIRO começou com estoques totais de 24 dias, somando fábricas e
concessionárias. Em condições normais, os estoques se situam em torno de 30
dias. Há um efeito estatístico, pois as vendas foram fortes em dezembro, mas também
significa que não há tantos carros disponíveis ainda com o IPI mais baixo. Descontos
precisarão ser “garimpados”.
PELO menos quatro fabricantes terão motores fabricados aqui com
turbocompressores, nos próximos dois anos. Objetivo, no caso, será de redução
de cilindrada a fim de diminuir consumo de combustível. Chevrolet, Ford, PSA
Peugeot Citroën e Volkswagen estariam confirmados. Fiat e Renault também podem
decidir a qualquer momento. No futuro, não haverá mais motores de ciclo Otto aspirados,
a exemplo dos Diesel.
TURBOCOMPRESSOR ajudará a resgatar motores de um litro de cilindrada. Eles
continuaram a cair na preferência do consumidor ao longo de 2012: 41,7% do
total das vendas de automóveis (entre compactos de entrada o percentual é
maior). Em 2011, a participação de mercado era de 45,2%. Principal explicação:
aumento do poder aquisitivo dos compradores da base do mercado.
ATÉ meados de 2013, a indústria instalada no Brasil completará a
produção de 20 milhões de veículos equipados com motores flexíveis
etanol/gasolina. Marca realmente importante pois o primeiro motor desse tipo
surgiu, timidamente, em março de 2003 (Gol, 1.600 cm³). Ou seja, apenas uma
década para atingir a marca histórica.
SITES de prestações de serviço para facilitar a gestão do automóvel
firmam-se na internet. Um deles, meucockpit.com.br, envia alertas sobre
vencimento de impostos, seguros e acompanhamento da manutenção preventiva. Também
oferece estatísticas de consumo de combustível, além de calcular o custo do
automóvel por km rodado.
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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
2 comentários:
ola boa tarde
sou paranaense de CURITIBA hoje moro e trabalho em SÃO PAULO sempre viajo para Curitiba nos fins de semanas
eu me sinto envergonhado por ser paraense e paulistano
so que no caminho tem um grande descaso que se chama SERRA DO CAFEZAL quantas vidas foram ceifada quantas família ficaram sem seu pai
quantos litro de combustível foram gastos quantas horas de atraso
eu so queria saber
QUEM E O RESPONSÁVEL POR TUDO ISSO
ABRACO MAURO
Mauro, procure aqui no blog uma matéria sobre a duplicação da Serra do Cafezal e saiba o que vão fazer.
abraço
O Editor
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