quarta-feira, 30 de novembro de 2011

DE CARRO POR AÍ COM O NASSER


 edita@rnasser.com.br Fax: (61)3225.5511 Coluna 4811 30.nov.2011

Crash-test mostra o perigo dos nacionais

O projeto da Latin NCAP de avaliar os níveis de periculosidade dos veículos produzidos na América Latina trouxe resultados devastadores aos carros nacionais. Nos testes, apenas impacto frontal, com leve desvio lateral, a 64 km/h, exibiram fragilidade nas estruturas, permitindo danos, em especial ao peito, pernas e joelhos dos passageiros.

Na prática apenas quatro veículos atuais, Chevrolet Cruze, Ford Focus, Toyota Corolla XEI, e Nissan Tiida, com dois air bags, conseguiram quatro estelas – das cinco desejáveis - para os ocupantes da frente. Para os dos bancos traseiro, a situação piora. Três estrelas para Cruze e Focus. Dos populares, o chinês Geely não alcançou uma estrela. Palio, Uno, Gol, Chevrolet Classic, Peugeot 207 e Ford Ka, sem air bags, conseguiram o mínimo, mostrando-se perigosos.

Como fica

Posição das montadoras é igual. Entre as caladas e as que emitiram nota a respeito, a responsabilidade é creditada ao governo, pois todas alegam seguir as leis vigentes. Inexistente, frouxa, leniente, a legislação brasileira é lenta ao reconhecer os danos sociais causados pelos automóveis e buscar meios para reduzi-los. Os air bags e ABS somente iniciarão ser parcialmente obrigatórios em 2012; 100% dos veículos equipados, apenas em 2014.

A tabela de resultados:




O Latin NCAP é duro ao dizer que os carros da América Latina têm menos resistência estrutural que os europeus e norte-americanos, e que deviam seguir tais parâmetros. A entidade é independente, iniciativa da Federação Internacional do Automóvel, Fundação FIA, Global New Car Assessment Program, Fundação Gonzalo Rodriguez, Banco Interamericano de Desenvolvimento e International Consumer Research & Testing. Próximos passos, testes devem evoluir para resistência aos impactos laterais, postes, pedestres e chicote cervical – o brusco movimento com o pescoço em caso de batida.

Como não é evento, é realidade, resta saber o que vai ser feito pelo governo federal. Em especial o Denatran, Departamento Nacional de Trânsito, a quem cabe baixar regulamentação, e parlamentares na proposição de leis.

Aos consumidores tomara se transforme em cartilha para sobrevivência.

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Classic, seda mais vendido é o nacional mais perigoso


      

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1,5M de Kombis brasileiras. Bom ou ruim ?

A Volkswagen do Brasil comemora milhão e meio de unidades vendidas da Kombi. Veículo curioso, com história idem, nasceu de sugestão de Ben Pon, importador holandês das primeiras horas. A matriz alemã adequou o desenho à realidade industrial em produto com referência única: transportar seu peso em carga: 1.000 kg x 1 t.

No Brasil foi lançamento em 1957, na nascente fábrica em S. Bernardo do Campo – com pouca montagem anterior –, e as reduzidas exigências legais de segurança, vibrações, ruídos, emissões, mantiveram-na em produção basicamente imutável, apenas com mudanças cosméticas sobre mesmo projeto e estrutura. Na Alemanha seis gerações a sucederam.

É de montagem agora defasada, com a simplória metodologia industrial do pós-guerra, sem refinamentos construtivos, e a margem de lucro pela falta de concorrência, e o volume de vendas projetado neste ano em 25 mil unidades, não justificam trocar a mão de obra barata dos 736 funcionários por caros robôs e automatização. Sua ala de produção é verdadeiro museu em procedimentos industriais, choque de realidade apresentado aos novos diretores quando chegam ao Brasil.

O motor refrigerado por ar, inicialmente com 1.100 cm³; depois 1.200; 1500 e 1.600 cm³ foi substituído pelo improviso de um 1,4, em linha, refrigerado por água. E durará até 2013 pois, no ano seguinte, a inexplicavelmente tardia exigência do uso de almofadas de ar – inadaptáveis à estrutura antiga – forçará seu fim. Terão sido 56 anos de produção, ou 59 se contada à partir da montagem.

Tem histórias peculiares – Kombi é igual frigideira, explicam os que com ela trabalham: use até furar – e outras sem graça, como os registros de muitos acidentes, capotagens, incêndios, danos, perdas humanas.



Ford tira linha F de produção

Medida corajosa, a Ford rasgou uma página da história, ao encerrar produzir veículos da cabine recuada. Do grande picape F-250, aos caminhões. A linha F esteve no Brasil desde 1949.

Sem explicações, exceto etéreo especular sobre a mudança das regras de emissões, provocando mudanças em motores e veículos. A família de picapes F começa no F-150, dos veículos mais vendidos no mundo. O Brasil produzia os irmãos maiores, a partir F-250, exportando-os à América Latina, África do Sul e Austrália.

Como fica o buraco aberto pela supressão dos caminhões F cedido aos concorrentes? A Ford diz, oficiosamente, produzir o F-250 e F-350 e 4000 até o final de dezembro, prazo legal antes da vigência das novas regras para emissões. Quanto ao 8-15, trocará a motorização, painel, detalhes, e se transformará em 8-16. Também, fará tentativa de transformar o turco Transit em caminhãozinho.

No caso do F-250, o recado foi dado há tempos, quando a empresa anunciou o ambicioso projeto Ranger 2012, ampliando versões, fabricando seus próprios motores diesel e gasolina na Argentina, abrindo amplo leque para concorrer com picapes menores e com o topo do mercado, Toyota e Amarok. Agora irá acima para herdar os usuários do F-250 que, no catálogo está dois degraus adiante.

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Linha F, aqui o 250. Adeus
                  

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Roda-a-Roda

Kia – Decisão do Superior Tribunal de Justiça livrou a Kia Motors do pagamento de compensações, indenizações, multas e juros cobrados por comportamento da extinta Asia Motors, que aprovou projeto de produção, conseguiu incentivos, aproveitou-os – e não compensou nem devolveu as vantagens ao país.

Como fica – No mais de R$ 1B questionado, entendeu o Tribunal, a Kia, que assumiu a marca, não teve ingerência na gestão. Espera-se, a Receita Federal deve cobrar a conta do empresário brasileiro então à frente do negócio, e continua por aí, fagueiro.

Vinda – Retirado o óbice, afastado o receio de cobrança, a Kia-Hyundai deve acelerar providências para fincar pé no Brasil.

Irmão menor – Convite para entrar pela porta da frente na família BMW, o coupé M1. Carroceria esportiva, o prefixo M indica conjunto harmônico com rendimento esportivo e segurança. R$ 268.000.

Fim – A Daimler AG, holding com a marca Mercedes-Benz, informou não haverá 2013 para seus ultra-luxuosos Maybach. Poderosos, caros, os Maybach, superiores aos Rolls-Royce em refinamentos, sempre deram monumental prejuízo e, diz Autoweek, a Daimler se aplicará aos seus carros da série S.

Corte – A crise européia fez a Fiat rever suas projeções para 2012: baixou de 1,3M para 1M o volume de produção. Em compensação, quer comprar os 19% de ações que a Volkswagen tem da Suzuki – em sociedade, entrar na Índia.

Xing Alfa – Mesma Fiat resolveu fazer Alfas na China, na joint venture com a GAG – Guangzhou Automobile Group. A empresa, com capacidade anual de 140 mil veículos, ampliará capacidades para fazer Alfa e Chrysler. Não informou o modelo, mas vendas no meio do próximo ano.

Otimismo – Marcos de Oliveira, engenheiro, presidente da Ford, otimista, prevê em 2012 crescimento das vendas de veículos igual ao PIB – 3,5 a 4%.

Global – Disse também, até 2015 todos os produtos locais da Ford serão globais, a começar pelo novo Ecosport. Na prática botou prazo de vida para toda a linha, incluindo Novo Ka. Troller está em outra conta.

Mercado – A fim de carro novo? Apresse-se. Dia 18 passa a vigorar o aumento de 30% sobre os importados extra-Mercosul e México. E as importadoras criarão atrativos e facilidades para zerar estoques.

Prática – Na verdade o clima de liquidação vale para todas as marcas. Ninguém sabe as conseqüências para o Brasil das crises norte-americana, que não melhora, e européia, que se instala. Assim, melhor ter dinheiro no cofre que carro no pátio.

Corrida – Com a legislação de emissões chegando, e sem que os usuários saibam o que acontecerá operação e preços, revendedores gastam todos os seus sorrisos para comprar veículos produzidos até 31 de dezembro.

Legal – Poderão ser vendidos até 31 de março, com demanda e ágio. Os novos modelos devem ter preços maiores. O governo federal não se pronunciou.

Sucesso - Marcado para 26 a 29 de janeiro, no Riocentro, o 2º. Salão Bike Show já comercializou 85% de seu espaço. A fim? www.salaobikeshow.com.br

Imagem - Encerrada a temporada de Fórmula 1, os motores Renault venceram disparados sobre Mercedes e Ferrari. Pena que esta imagem não seja transmitida pelos concessionários da marca.

Derrapou – Nem a ligação familiar com o ídolo Ayrton, nem o fato do patrocinador maior, a Renault, ter no Brasil seu segundo mercado mundial, sensibilizou manter Bruno Senna como piloto titular na equipe Lotus-Renault Fórmula 1. A equipe foi buscar o aposentado Kimmi Räikkönen e Bruno, que tinha torcida e esperanças, será reserva.

FeNeMistas – Ex-uncionários e colegas da Fábrica Nacional de Motores, pioneira e fechada em 1985, tem encontro sábado, 03/12, no restaurante Estação República, Rua do Catete 104, Rio. Rever amigos, ouvir histórias, é lá.

Gente - Marco Antônio Lage, diretor corporativo da Fiat-Chrysler, diplomado. OOOO Cidadão Honorário de Belo Horizonte, pela Câmara de Vereadores. OOOO

Fiat Brasil 35 anos, produtos exclusivos

Ao comemorar os 35 anos da operação industrial de Betim, MG, a Fiat exibe ânimo juvenil. Mantém a liderança pelo décimo ano consecutivo; tem produção numericamente superior à matriz; é lucrativa; e, fato inusitado na organização Fiat, é a marca mais vendida.

Possui láurea adicional: mineirizou os fornecedores, ajudou a industrializar o Estado de Minas, atraindo os fabricantes de autopeças para a vizinhança, com as benignas consequências de gerar emprego, renda, impostos. Contornou as dificuldades no fornecimento que espantaram sua antecessora Simca, nascida em Belo Horizonte e logo transplantada para São Bernardo do Campo, SP.

Talvez fosse maior se a capacidade industrial acompanhasse as vontades internas, a demanda da extensa rede de revendedores, a aceitação dos produtos. Mas a fazenda comprada em 1973, ao ter seus morros cortados, transformados em platô, então área inacreditavelmente grande, está inteiramente tomada. Não há mágica adicional para ampliar sua capacidade produtiva, e os aumentos de produção têm sido ganhos em produtividade.

Em dois anos, entretanto, a situação terá margem de manobra, ao funcionar a nova fábrica que instala em Goiana, PE, perto de Recife.

Para produzir 200 mil unidades/ano, iniciará com novidade, novo carro pequeno substituindo o Mille antigo, projetado no Brasil, como a família Novo Uno, como este a suportar versões, como o novo Palio, e destinados aos novos compradores e, em especial, ao crescente mercado do Nordeste. Esta operação dará pequena folga de capacidade industrial em Betim, suprindo a demanda.
 

NovoUno, projeto brasileiro
                        









Um comentário:

José Rezende - Mahar disse...

MEU BOM NASSER, SEGURANÇA DE TRANSITO NO PATROPI É MAIS RADAR NO QUENGO DA RAPAZIADA, U FUROR UTERINO ARRECADATÓRIO!!!!!
EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO QUE É BOM, NADA!
M