O IAA,
abreviatura em alemão, salão de automóveis com amplitude international, bi
anual, em Frankfurt, e 65ª edição, cruza referências: menor venda de espaços
nos últimos anos; maior distribuição de credenciais: no dia da imprensa haviam
mais não jornalistas; e, se não deu o tom definitivo, mostrou o caminho,
aparentemente mais prático e incontestado, a ser tomado pela indústria
automotiva nos próximos anos: tração elétrica por conjugação híbrida, ou
exclusiva e do tipo Plug In – reabastecimento na parede.
Presença
contida de expositores está no fato de a indústria de automóveis na Europa vir
em retração de vendas, ainda consequente à crise do Sub Prime e pela
irresponsável falta de controle pelo governo estadunidense sobre o sistema de
hipotecas e financiamentos. Os EUA começaram a se recuperar, mas a Europa,
exceto as poderosas alemãs Audi, BMW, Mercedes, mostra queda de vendas
incluindo a GM Opel, redução de mercado, porte, fechamento de fábricas. Martin
Winterkorn, CEO da VW, disse, atrevidamente, que a Europa pode fechar 10
fábricas de automóveis, pela redução de vendas em 3,5M desde 2007.
Esta
condição talvez explique os espaços aparentemente maiores que as necessidades
dos expositores e sua mistura – Mitsubushi e Jaguar cercados de empresas de
auto peças, por exemplo. De chineses, apenas a Changan. Área, limpa, hígida,
meros quatro veículos, instigando críticas, em especial o C 5, de maior
expressão. Todos safadas cópias de outros. Dito C5 do Range Rover Evoque. E C 5
é veículo Citroën.
No
definir-se pelos elétricos, a Volkswagen bancou larga aplicação, desde os
híbridos – anuncia produzirá o recordista XL1, mais de 100 km com um litro de
diesel – até os puramente elétricos com vocação urbana, como um furgãozinho
sobre o recém apresentado UP!, idem Golf 7.
Para
mostrar-se comprometida ao tema, referenciou seu Audi e.Tron, vencedor nas24
Horas de Le Mans, e mostrou sedã Porsche Panamera e SUV Cayenne em versão
híbrida.
Não deixa
ser curioso a Volkswagen, grupo de 10 marcas perseguindo com solidez a
liderança mundial para 2018, invista em desenvolvimento de carros elétricos. À
Alemanha falta esta etérea commodity.
Sem orografia variada para ter geração hidroelétrica, o faz por usinas
atômicas, geradores a petróleo e eólicos. Mas parece momento atrelado ao
futuro, e o articulado discurso do CEO Winterkorn fala de compromissos,
sobrevivência, mudança de interesse dos jovens a outros bens, e bem define o
atual patamar ao dizer que oferecer o carro elétrico não deve ser uma renúncia
sobre rodas, mas um caminho atual.
Apesar da
distância há novos produtos com previsível reflexo no mercado nacional. Por
exemplo, carros elétricos, como o e.Golf e o e.UP!. A Volkswagen te-los-á no
Brasil caso aceito pedido da Anfavea, associação dos fabricantes, ao Ministro
Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e do Comércio, de isenção de
impostos para veículos ou partes de tração elétrica. Casco e chassi rolante
prontos, basta importar motor, câmbio e eletrônica e promover o casamento
local, criando produto e desenvolvendo tecnologia.
Se este é um
bonde mundial, o Brasil, mesmo sem consciência do peso que pode representar,
não pode deixar passar, enquanto discute a quadratura do círculo ou o sexo dos
anjos.
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e.UP! e e.Golf 7
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Do grupo VW,
aos brasileiros chamou atenções o anúncio de lançamento do Audi A3 Cabriolet,
cópia integral da peça de apresentação local do Citroën AirCross.
Produção por
tração acadêmica de motor endotérmico, Philipp Schiemer, novo presidente da
Mercedes-Benz no Brasil, superou dúvidas e encaminha o fazer da nova família A,
anunciada em exclusividade mundial pela Coluna.
Degrau de entrada, abaixo da Série C, tração dianteira, sedã CLA e
SUV/Crossover GLA, lançado em Frankfurt. Em entrevista sobre local da nova
fábrica, cortou Paraná, focando São Paulo e Santa Catarina. Produção em 2015.
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Mercedes
GLA. SP ou SC ? 2015.
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De produto,
Mercedes E 500 Híbrido, apto a uso como carro de representação, em circuitos
urbanos, e usufruir de maior autonomia pelo sistema híbrido.
Mais
Especulações
não confirmadas sobre a Renault produzir o pequeno SUV Captur – de importação
suspensa há dias por elevação dos custos pela valorização do dólar. De certo,
mudará a frente do Fluence, dando-lhe cara da marca, dissimulando a origem da
coreana Samsung.
Com
possibilidades, o Sportsvan, misto de crossover + utilitário esportivo + perua
construído pela VW sobre o novo Golf 7, factível para o Brasil, produzindo sua
base.
Curioso
observar, a ascensão do Brasil no cenário mundial, rentável como produção e
consumo, não mudou a imagem do país. Aos envolvidos com a indústria continua
sendo Rio de Janeiro, carnaval, futebol, aventura tropical. Executivos da BMW e
da Audi, perguntados sobre produção das marcas no país – confirmadas para Santa
Catarina e Paraná -, fazem cara de paisagem ante o assunto. De produto, então,
de lâmpada fitando a paisagem.
Em paralelo
Nem
elétricos, nem produção local, alguns importados trarão reflexos ao mercado
interno. Ford, inicialmente, versões chamadas Vignale,
no mercado de produtos Premium, tentada pela Lincoln, marca de topo, sem
êxito. Invisível linha separa rótulos de Luxo e Premium. Sua área jurídica exumou
a marca Vignale, recebida ao comprar a De Tomaso, sua detentora. Agora,
aplicará o sobrenome do famoso carrozziere turinês, para versões superiores, como
o faz a popular Citroën com seus DS sobre os modelos 3 e 5. O primeiro a ter
versão refinada será o Fusion.
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Vignale,
Fusion de luxo, em breve
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Novos Audi e
Peugeot 308, lançados em Frankfurt, este diferente do produzido no Mercosul,
mostram crise de identificação. A frente dos Audi, por Walter De Silva com
nítida inspiração nos Alfa, para quem desenhou 145, 146, 147, 156 e 166, ficou
tão impregnada em proporções e grade alfísticas, que o carro muda mas sugere
alguma coisa antiga. Peugeot, caminho inverso. O novo 308 cortou a fórmula
anterior, grande tomada de ar frontal e faróis integrados – bocão e olhões às
linhas do estilo. Adotou grade horizontal cromada, coquetel de Mercedes,
Ssangyong, Hyundai, Infinity ... Mudou o frontal, perdeu identidade. O 308 não
tem cara Peugeot ...
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308 europeu.
Peugeot sem cara de Peugeot
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De fora
Algumas
novidades serão importadas, apesar do elitismo dos preços elevados pelos
impostos altos. Mas sempre existirão interessados nos novos Mercedes S Coupé,
elegante cupezão sobre a comprida plataforma do maior
sedã.
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Mercedes S
Coupé
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Ou nos
Porsche 911/50, edição de formas limpas e autênticas, com tentativa visual do
911 inicial, mítico automóvel a festejar meio século.
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Porsche
911/50 inspiração no modelo original ( atrás )
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Também, que
algum brasileiro, de lastro antigo ou enriquecimento recente se encante com o
Porsche 918, considerado pela marca o início do caminho do esportivo híbrido.
Somando motores a gasolina e elétrico, gera 887 cv, acelera de 0 a 100 km/h em
estupefantes 2,8s, e consome entre 30 e 33 km/litro.
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Porsche
918, esportivo híbrido
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Audi exibiu
veículo a caminho de produção, o Nanuk. Nada a ver com a cidade mineira, mas
indicando Urso em esquimó. É esquisito como um urso em Nanuque, quatro por
quatro de plataforma Porsche Cayenne/VW Touareg/Audi Q7, vestida por carroceria
esportiva descombinando linhas e a elevada altura do solo. Nos anos ’60 as
inglesas Jensen – carros, e Ferguson – tratores e tração, criaram o Jensen FF,
esportivo com tração total. Dito ironicamente esportivo utilitário, atolou pelo
caminho.
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Audi Nanuk
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Assim,
Considere
mais o espírito que os tropeços. O IAA 2013 ficará marcado pelo caminho da
eletricidade como factível para o início do re encontro do automóvel com os
consumidores e suas demandas pelo respeito ao meio ambiente. Nestes tempos
eleitorais pergunte-se porque o Brasil, de imensurável potencial de geração –
hidráulica, eólica, mares, carvão, turfa, biomassa -, não se liga nos elétricos
como parte da matriz energética. Talvez o tempo de planejamento seja gasto para
explicar os inexplicáveis apagões.
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