Começar de novo. Os motores com três cilindros
Quarenta
e cinco anos e muitos meses após findar a produção dos motores 1.0 com três
cilindros, a Volkswagen volta a fazê-los. Os de boa memória e os versados em
indústria automobilística nacional lembrar-se-ão dos engenhos de origem DKW
aqui lançados pela Vemag, assumida e fechada pela Volkswagen. Mas a semelhança
aí se encerra. Os pioneiros, resistentes, simples, operavam no ciclo de dois
tempos. Os atuais, em 4T, apesar do mesmo deslocamento, tem 4 válvulas por
cilindro – os anteriores as dispensavam -, injeção direta de combustível, e
produzem aproximados 80 cv. Os outros, em torno de 60 cv. Em torque,
respectivos 8,5 e 9,6 kgfm – tremendo ganho.
Novo ciclo
No
atual ciclo da indústria automobilística, quando os advogados das ONG e das
áreas de governo ligadas à ecologia e ao planejamento, definem regras para
consumo e emissões dos combustíveis, obrigam a engenharia interpretá-las e dar
solução. Motor de três cilindros é a resposta física às normas legais.
A
VW iniciou fazê-los em sua fábrica em São Carlos, SP, em projeto de ascensão
institucional, e para tracionar seu produto de começar de novo, o UP! Mas os 3
cilindros estão no mercado há algum tempo: o Kia Picanto e sua releitura, o
Hyundai HB 20 os utilizam tais deslocando 1 litro.
A
demarragem vwana é no Fox. Tem porte
adequado, veste-o bem, dá-lhe empurrão e sobrevida. No UP! ao final do ano.
VW
larga na frente - com seguidores. Ford testa-os para produzir a curto prazo. Em
longo, franceses PSA – Peugeot-Citroën, e Renault, revisaram os atuais para
delongar sua vida útil. Fiat, no extremo, com dois cilindros.
Não
é restrita ao Mercosul. Nos EUA GM aplica US$ 332M para novos 3 e 4 cilindros,
base da nova família Ecotec – e diz, para o mítico e luxuoso Cadillac; Ford o
produz com EcoBoost – nos EUA é o turbo
- e o aplica ao Fiesta e tenta no Focus. Mercedes negocia acordo de cooperação
com a Ford: recebe a tecnologia do motor 3 cilindros, em troca da aplicada em
seus motores da Classe E, da combustão estratificada, redutora de consumo.
Desenvolve
motor para o Smart no acordo com Renault e Nissan. Na prática estas marcas
te-lo-ão operacionais a curto prazo. Será
uma ONU – ou uma babel - mecânica, coisa à altura do Roberto Azevêdo nosso
respeitado embaixador na OMC: alemães da Daimler, franceses da Renault,
japoneses Nissan, estadunidenses Ford, falando alguma língua estabelecida como
comum e todas as perdas de tradução – que sorte não haver chineses nesta
mesa...
Dentre
os alemães, Audi o desenvolve a partir do VW; BMW o tem, ampliado a 1.500 cm3,
e já aplicado ao Serie 1.
Parece
curioso tal tecnologia não ter sido adotada antes, pois a japonesa Subaru a
empregava no seu modelo Justy – construído no Canadá como Geo -, mas era vista,
naqueles dias de petróleo a 1 dólar o galão – 3,6 litro -, como coisa de
motocicleta movendo automóveis. Hoje, a US$ 4, reduções de consumo são bem
vindas.
Por
pensar mecanicamente pode-se alegar serem ásperos, terem som esquisito pela
ausência de uma explosão no ciclo, vibrar por não haver explosões harmônicas
nos cilindros das extremidades. Mas a tecnologia é dominada. Suzuki tinha-a nas
motos com 2 e 4 tempos, Honda aplicou-a no híbrido Insight em 1999, e a inglesa
de motos Triumph em vários modelos.
Eixos
contra rotantes para anular as vibrações ou o sistema da Ford que desbalanceia
finamente o volante-motor, tecnologia existe e o rendimento melhora com multi
válvulas, aberturas variáveis, injeção direta, turbo. Eventuais deficiências,
mascaradas por transmissões de democratizadas 8 marchas. Diz a Ford sacar
iniciais 123 cv de seu 1.0, assim como a BMW fazer o três cilindros 1.500, bi
turbo – grosso modo, a metade do motor 3.0 seis cilindros - preste atenção no motor BMW porque ele
tracionará o ainda não caracterizado modelo de BMW ou Mini a ser produzido em
Santa Catarina. Trocou a liga de nicasil do bloco por alumínio em bloco,
cabeçote e carter.
A
engenharia alemã da BMW troca em miúdos: os motores são mais leves, mais
curtos, gastam e emitem menos. E, dado interessante: pico da eficiência atual é
deslocar 500 cm3, gerando entre 47 e 64 cv por cilindro – ou 94 a 128 cv/litro.
E o motor pode se expandir em unidades – 1,2,3,4, 6, e emendá-los pelo carter,
fazendo V8, V12, V16... cilindros.
Futuro
Outra
curiosidade tecnológica iluminando o caminho do futuro é a enorme aplicação de
componentes comuns e similares para gasolina e diesel, na Europa equilibrados
numericamente na aplicação em automóveis. Hoje separados na linha de produção
de motores.
O
caminho está aberto em nome da redução do atrito de peças móveis, do movimentar
menor número de componentes, por redução de peso.
Nesta
direção, tenho a mais clara das certezas, o próximo passo será revitalizar o uso
dos motores dois tempos, em nome de todas e tai vantagens. Afinal, num
comparativo, como diziam os anúncios da Vemag, o 1.0 em ciclo 2T possui apenas
7 peças móveis. Em 4T, quase dez vezes mais. O motor 4T é um desperdício
produzindo energia a cada giro de 720 graus. O 2T, pela metade.
A
Audi deve estar procurando nas gavetas os desenhos antigos da DKW, sua parceira
na Auto Union... (RN)
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Já
imaginou ? Cadillac com motor 1.0 de três cilindros ?
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Passado e futuro, o 1.0 três
cilindros, 2T. No caso, o Auto Union/Vemag
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Allan Mullaly, CEO da Ford beija
o motor 1.0, três cilindros, EcoBoost
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Roda-a-Roda
Meio
termo – Mercedes
iniciou distribuir o novo GLK 220, intermediário entre automóveis e a linha de
utilitários esportivos ML. Motor diesel, 2.2, 170 cv e uns 40 quilos de torque,
caixa automática com sete velocidades, tração nas quatro rodas e ótimo pacote
de segurança.
E
?
– É pouco vendido. Teria melhores números se a suspensão fosse elevada a limite
máximo de conforto para senhoras entrar e sair, dando-lhe a cara agressiva sugeridas
pelas linhas. Mais alto, mais porte e mais jeito de Macho-Man buscados em SUVs e picapes grandes. Versão simples, CDI,
R$ 170 mil. De topo, CDI Sport, R$ 200 mil.
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Mercedes GLK. Diesel, com tecnologia, falta altura para impor-se
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Jogo
duro
– Antiguidade não é posto. Após 91
anos na Austrália, a Ford parará fazer automóveis em 2016. No mercado, ¼ do
tamanho do brasileiro, perdeu 451M euros nos últimos seis anos.
Curiosidade – Antes,
lançará o Falcon modelo 2014, tentará recolocar os 1200 funcionários da
empresa, e as 200 revendas terão apenas importados Explorer, Taurus e Mustang.
Diz, fazer carros na Austrália, é inexplicavelmente caro: 2x o custo europeu e
4x o asiático. Capital não tem pátria.
Método – No
Brasil, o programa Inovar-Auto, troca impostos e barreiras por produção
nacional. Na Argentina governo notifica todas as montadoras e produtoras de auto peças a aumentar a nacionalização
dos veículos.
Por
pensar
– Já que vamos trazer médicos de Cuba,
porque não trazer políticos da Suécia ? Sugestão na Internet.
Consequência – Dentre
tantas manifestações opostas à vinda de médicos cubanos, curiosamente o
sindicato dos tradutores não se manifestou. Afinal, para cada médico que não
fala português, será necessário um intérprete.
Moda – Mania
paulistana, todas as marcas com pretensões a atingir público que se entende com
poder aquisitivo, instala base em Campos do Jordão. Trato, test-drives e negócios com ritmo de lazer. Neste ano a Suzuki para
lá levará seu Jimny. Nada de frescuras sociais, mas oportunidade de descobrir
inimaginadas capacidades do jipinho em trilha exclusiva. Até 28 de julho.
Tudo
junto
– A Honda erigirá prédio horizontal em Sumaré, 120 km de S Paulo, onde tem
fábrica de automóveis. Quer a empresa junta, exceto banco, consórcio,
financeira, e geradores – são importados. Nova gestão quer crescer.
Publicidade – Dentre as dezenas de
marcas de automóveis operando no país, a Fiat marcou o chão de sua liderança.
Faz oportuna e simpática campanha convidando a população ao óbvio: acompanhar
nas ruas as Copas das Confederações e do Mundo.
... II – Revenda das motocicletas
Triumph em Brasília, a British começou bem. Anúncios em jornal, bem humorados,
enfatizando a britanicidade das máquinas.
Serviço – Outra edição do bom trabalho
jornalístico feito pela revista Autoesporte: Qual Comprar, junho, analisa 211 modelos de automóveis, nacionais e
importados, até R$ 250 mil. Um facilitador.
Xing Ling – Na China, a Jianling
Motors Corporation, dos utilitários e caminhões JMC, e sua sócia minoritária
Ford farão fábrica de motores diesel.
Mudança – Pesquisa da agencia JD Power e da revista inglesa What Car no Reino Unido, deu Jaguar como
a melhor marca, e o modelo XF o mais elogiado dentre modelos executivos. Land
Rover, por sua evolução, rotulada “Star
Brand”, marca estelar, entre as 10 melhores do mundo.
Surpresa – Durante o tempo de
marcas independentes e após, com os amazônicos investimentos feitos pela Ford,
tais resultados não foram obtidos, apenas pelos indianos da Tata, atuais proprietários.
Direcionado – Para relevantes
produtores de Utilitários Esportivos, a japonesa Yokohama desenvolveu pneu
especial, o Geolandar SUV. Garante rolar silencioso e aderência excepcional,
especialmente em pisos molhados.
Todos - Original em Chrysler,
Mercedes, Mitsubishi, Subaru, Toyota e para reposição em Cherokee, Honda CR-V,
Tucson I e II – no Brasil se chama I35, Renault Duster, VW Tiguan, Audi Q5,
Volvo XC60 ... A partir de R$ 680 – cada. Tipo panaceia universal, promete
durar mais, gastar menos e usar componente ecológico, o D Limoneno, no rés do chão dito Óleo
de Laranja ...
Gente – Abelardo Pinto, novo diretor comercial da
Peugeot. OOOO Poucos tão bem
conhecem indústria e comércio como ele, ex-Ford, ex-Renault, ex-Nissan. OOOO
Mariozinho Leão, 81, usineiro e
antigomobilista, operacional. OOOO Leve
pane no distribuidor, já refeito e drenado. OOOO Tropeço não impedirá ir a Pebble Beach, agosto. OOOO
Hector Trabucco, engenheiro, mba,
argentino, quase topo. OOOO Ex
gerente geral América Latina da Gilbarco Veeder-Root, é novo DG incluindo o
Brasil. Do ramo. OOOO Segundo o CEO
global, Trabucco é o cara. OOOO
Sobrenome destes, convenhamos, até patrão respeita... OOOO Felipe Nasr, piloto ascendente, embaixador. OOOO Nomeado pela fabricante de relógios Tag
Heuer, co patrocinadora da equipe Vodafone Mc Laren Mercedes. OOOO Nasr é nossa esperança de
continuidade – e vitórias – na Fórmula 1. OOOO
Fabio Steinbruch, um príncipe no antigomobilismo brasileiro, Descoberta da
Matzeiva, cerimônia judia para assinalar seis meses do passamento. OOOO Dia 02/06, 10h30, Cemitério do Butantã, SP. OOOO
Corridas
no Brasil, Fiat ganha a primeira, e tem dúvida na segunda
Próximo mês, no 26,
comemorar-se-ão 105 anos da primeira corrida de automóveis no Brasil, o Circuito de Itapecirica. Largada e
chegada no Parque Antártica – hoje o estádio do Palmeiras. Paralelepípedos e
terra em 75 km. Foi vencido pelo Conde Sylvio Álvares Penteado, com Fiat 40 hp
– um automóvel de turismo com remoção do banco traseiro, para lamas, latas em
geral. Com o automóvel, aplaudido por 10 mil pessoas, registrou o jornal Estado de São Paulo, Penteado fez o
menor tempo entre os 16 concorrentes: 1h,30m – uns 50 km/h.
Um pico de desenvolvimento
industrial e automotivo provocou a segunda corrida. Seria no Alto da Boa Vista,
Rio de Janeiro, mas o prefeito vetou-a. O então Estado do Rio bancou a ideia, e
criou circuito até a então distante São Gonçalo, hoje ligada à então Nictheroy.
Inscreveram-se 16 genuínos
sportmen, como ditos pela imprensa da
época, incluindo um jornal francês, aptos a demonstrar conceito hoje
despercebido: o automóvel como ferramenta de fácil domínio para ligar lugares e
gentes. Para os 72 quilômetros de ida e volta a largada foi dada com intervalos
de 3’.
Pouco mais de uma hora,
toques de corneta avisavam da chegada do primeiro, o dr Borges Junior com um
Fiat branco, liderando enorme nuvem de poeira. Tido e havido como vencedor até
que o piloto do segundo veículo a chegar, o Dr Gastão Ferreira de Almeida, com
Berliet 60 HP perguntou seu tempo, informado ter sido menor que o do Fiat.
Sim
ou Não? A
dúvida perdura até hoje, pois o Automóvel Club, organizador, não exibiu os
dados de cronometragem, valendo os marcados pelos jornalistas do Correio da Manhã.
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Com Fiat, Conde Penteado
vence a primeira corrida no Brasil.
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