Da série ‘parabéns aos envolvidos’: mais um autódromo brasileiro com morte decretada
RIO DE JANEIRO - Aproveitem enquanto há tempo: o Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais, e o Kartódromo próximo ao circuito, vão ser desativados brevemente. A partir de 2015, a pista reinaugurada em 1989 com uma corrida de Stock Car, vai receber o chamado “beijo da viúva” e deixará de existir – tal como aconteceu com o Autódromo de Jacarepaguá.
Vence, mais uma vez, a especulação imobiliária, pois o terreno do autódromo será cedido para a construção de condomínios residenciais. Olhando no Google Maps, é realmente um terreno de extensão bem considerável, em torno de 657 mil metros quadrados. E, logicamente, a conta foi feita no seguinte prisma: se cabem muitos condomínios no terreno, para que ter um autódromo, não é mesmo?
É triste… Curitba era uma das únicas duas pistas no padrão “FIA” no país e, desde que a MotoGP deixou de vir ao Brasil, sediava eventos internacionais como o WTCC e a AutoGP World Series, tal qual Interlagos, que tem a Fórmula 1 e o WEC e já recebeu também o ITC e o FIA GT.
A pista, inaugurada em 1967, permaneceu na ativa até 1973, quando foi desativada pela primeira vez. Com a iniciativa privada, o traçado foi reformado e reativado em 1989 com uma corrida de Stock Car (salvo engano, vencida por Chico Serra), com intensa atividade desde então – com uma ligeira intervenção da CBA por falta de segurança na pista, o que acarretou o fechamento temporário do autódromo e o retorno das atividades em 1996.
O grupo Inepar foi o responsável pela manutenção da estrutura durante praticamente todo este período. Ocorre, também o seguinte: o Autódromo está estabelecido como pessoa jurídica sem fins lucrativos. “Arrendamos o local em 1994, com um contrato de dez anos, automaticamente renovado por mais dez”, conta Jauneval de Oms, o Peteco, presidente do AIC e da Inepar.
E desde o início do ano, choviam boatos sobre um possível fim do Autódromo, uma vez que o terreno estava penhorado havia 17 anos em decorrência de dívidas trabalhistas de uma empresa da qual o proprietário original, Flávio das Chagas Lima, já falecido, era sócio.
Boatos que, infelizmente, devem se concretizar.
2 comentários:
O brasil já não preserva sua história, e o pouco que tem essa turma que só pensa em dinheiro vai destruindo...daqui uns anos vamos ter só fotos e olha lá...Cambada de sangue sugas corruptos...
Jacarepaguá já é lembrança do passado, agora é vez de Curitiba. Há uns anos já andaram dizendo que Interlagos estaria com seus dias contados, também para virar uma área de condomínios, fontes de IPTU.
Breve só teremos corridas de Stock Car V8 e Formula Indy em circuitos rua.
Só nos restarão corridas virtuais e/ou o retorno ao autorama.
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