VISÃO
NOTURNA MAIS SEGURA
Por Fernando Calmon
Grandes avanços em iluminação para veículos
estão em marcha nos próximos anos. Hoje, a tecnologia de ponta concentra-se na
utilização de diodos emissores de luz (LED, na sigla em inglês) nos faróis. Há
cinco anos os LEDs chegaram de forma discreta em lanternas de freio. Entre as
vantagens destacam-se a durabilidade maior do que a vida útil do carro e a
resposta imediata ao acendimento em comparação às lâmpadas convencionais de
filamento.
Simultaneamente encontraram novas aplicações
como terceira luz de freio e, agora, em luzes de uso diurno que os fabricantes
europeus adotaram mesmo sem legislação obrigatória em todos os países. Os LED
dispostos em carreiras permitem inúmeras formas geométricas e, assim, se transformaram
também em elementos estilísticos muito apreciados. Cada fabricante pode
desenvolver identidade própria.
Das lanternas passaram para os faróis por
permitir potência de iluminação bem mais alta e precisa, porém gastando menos energia
que lâmpadas de xenônio, a referência atual. O custo é elevado. Tanto que estreou
no A8, topo de linha da Audi. Novos modelos premium, como o recente BMW Série 6
Gran Coupé, seguem a tendência.
Passo seguinte é utilizar OLED (diodos
orgânicos emissores de luz, em inglês), desde que se consiga estabilizar a
temperatura de funcionamento. A fabricante alemã de lâmpadas Osram acaba de
anunciar que, em testes de laboratório, conseguiu manter diodos orgânicos
funcionais a até 85 graus Celsius por várias centenas de horas. Quando as
experiências começaram, três anos atrás, eles não resistiam mais que duas ou
três horas. No entanto, a durabilidade terá que ser 10 vezes maior do que esse
estágio em aplicações veiculares. Exigirá mais alguns anos, porém em tempo da
próxima geração de carros atuais.
Mais novidades estão a caminho. Engenheiros
da Universidade Carnegie Mellon, dos EUA, estudam o farol inteligente que usa
uma câmera a bordo do veículo para acompanhar o movimento das gotas de água da
chuva ou de flocos de neve. Eles descobriram como redirecionar de modo contínuo
o facho dos faróis de tal forma que os raios de luz passem entre as gotas para
evitar a reflexão responsável pela dificuldade do motorista enxergar sob chuva
intensa. Se isso já é útil de dia, imagine à noite quando os riscos são bem
maiores.
O chefe da pesquisa, Srinivasa Narasimhan,
professor do Laboratório de Iluminação e Imagem da universidade, está
confiante: “Se o motorista enfrentar forte tempestade, os faróis inteligentes
poderão fazer com que pareça uma garoa”. Nos testes de laboratórios, o
protótipo conseguiu prever as gotas de chuva e ajustar o farol em 13
milissegundos. Na prática, eliminaria até 80% da chuva visível, mesmo sob quase
dilúvio, com perda de iluminação de apenas 6%, desde que o veículo trafegue em
baixa velocidade.
Para velocidades usuais em estradas, o
sistema teria que funcionar a cada cinco milissegundos, o que demandará mais
tempo de pesquisa. Além disso, será necessário trabalhar para tornar o
dispositivo compacto o suficiente para instalação em um automóvel e iniciar testes
de campo.
Outras evoluções dos faróis no futuro podem
ser vistas em interessante animação da Volvo, no You Tube:
Nenhum comentário:
Postar um comentário