Alta Roda nº 744 — Fernando Calmon — 30/7/13
ELETRÔNICA
CAÇA FANTASMAS
Você conhece ou já ouvir falar do termo
motorista-fantasma? Trata-se de um neologismo, usado no exterior, para indicar
alguém ao volante que, por distração, cansaço, sonolência, má visibilidade,
traçado complicado da via, placa danificada/vandalizada ou simplesmente barbeiragem, entrou na contramão de uma
rua, avenida, estrada ou autoestrada. É uma das situações de maior risco para a
segurança do trânsito. Preocupa até países com grande tradição automobilística,
mesmo que tenham desenvolvido boas autoescolas, exames de habilitação dos mais
rigorosos e baixa tolerância às infrações.
Dois veículos, ao bater de frente (um deles
conduzido de forma correta, em sua mão de direção), geram energia cinética
fabulosa e quase sempre fatal aos ocupantes. Uma colisão com cada carro a
apenas 40 km/h equivale, dependendo das massas envolvidas, a uma batida frontal
a 80 km/h contra uma barreira fixa. Para ter uma ideia, os testes de colisão
com bonecos antropométricos, aplicados por institutos especializados e pelos
próprios fabricantes, são executados à velocidade de 64 km/h.
Em um período de três meses, 25 pessoas
morreram na Alemanha depois que as autoridades passaram a monitorar com mais
rigor esse tipo de acidente. No entanto, o problema é maior. O Ministério de
Transportes alemão estima cerca de 1.700 avisos por ano sobre
motoristas-fantasma emitidos por rádios FM dedicadas, muito comuns nas estradas
por lá. O Automóvel Clube da Alemanha contabiliza um total de 2.800 invasões na
contramão, embora na maioria das vezes não se transformem em tragédia.
Parte desse problema começa a ser amenizado
com a evolução do recurso chamado Assistente a Placas de Trânsito. Modelos de
preço elevado já reproduzem no quadro de instrumentos as indicações de
velocidade máxima em ruas e estradas, além de placas de ultrapassagem proibida.
Os dois mais caros da Mercedes-Benz, lançados este ano (Classes E e S), agora
incluem sinalização de grande relevância, a de contramão.
Funciona por meio de uma câmera colocada na
parte interna do para-brisa, atrás do espelho retrovisor. Ela identifica os
sinais de contramão e envia a informação aos computadores de bordo que os
processa e reproduz no centro do quadro de instrumentos. Se detectar que o
veículo está prestes a entrar na zona de mão proibida e vai invadir a via, o
sistema adverte o motorista com três bipes altos e acende um sinal de contramão
piscante no mostrador principal.
A fim de melhorar a confiabilidade do
assistente eletrônico, um computador compara os dados da câmera com o da
navegação GPS. Se há problema de visibilidade – tempestade de neve, neblina ou
temporal, por exemplo – é gerado um aviso ao motorista que o sistema está
temporariamente indisponível.
Há planos de expansão gradativa dessa nova
aplicação para automóveis de preço menor, como os das Classes C, B e A, além de
outros do portfólio da marca. O Assistente a Placas de Trânsito, nessa versão
ampliada, só está disponível, por enquanto, nas vias de circulação da Alemanha.
Mas o fabricante informa que trabalha para desenvolver e adaptar tal recurso de
segurança, de grande utilidade, para funcionar em mais países.
RODA VIVA
VOLKSWAGEN quer dar mais ênfase aos 60 anos no Brasil quanto a lançamentos de produtos.
Inteiramente novo subcompacto up! terá começo de produção na última semana de
novembro – a coluna pode adiantar. Então, nada de vendas em 2013. Assim, ao Golf
VII (três gerações acima da atual), de início importado da Alemanha, caberá a
missão.
COMPLEMENTARIDADE de produção tem funcionado bem, inclusive com o México, hoje
regulada (provisoriamente, acredita-se) por cotas. Ford produz novo Fiesta
hatch em S. Bernardo do Campo (SP) em um turno cheio nas atuais condições de
mercado. Já versão sedã continua vindo do México, pois não se justifica criar meio
turno de trabalho.
CÂMBIO automático tradicional (conversor de torque), seis marchas, vai bem
no Onix com motor 1,4/106 cv (etanol) no trânsito pesado do dia a dia. Trocas
de marchas rápidas e suaves, sem afetar de forma cruel acelerações e retomadas.
Seleção manual por botão no pomo da alavanca de câmbio não é ideal, mas
adaptação a esse sistema nada tem de dramático.
SAIU ranking semestral dos 10 modelos mais vendidos, em 30 países da
Europa Ocidental, segundo a consultoria Jato: VW Golf, Renault Clio, Ford Fiesta,
VW Polo, Peugeot 208, Opel/Vauxhall Corsa, Ford Focus, Nissan Qashqai, Opel/Vauxhall
Astra e BMW Série 3. Clio e Fiesta, praticamente empatados; único médio-grande na
tabela, Série 3, deslocou o Passat.
CERAS líquidas de polimento avançam na preferência sobre as tradicionais,
em pasta. De acordo com a Autoshine, uma das vantagens é a rapidez na operação
– por volta de 15 minutos, ou metade do tempo, no caso de automóveis de porte
médio. Facilita a aplicação em peças de plásticos e borracha, além de evitar
eventuais manchas em cores mais ingratas como preto e vermelho.
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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
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