ENCONTRO DE ESPORTIVIDADE
E ELEGÂNCIA
Por Fernando Calmon
Em Hamburg, Alemanha
Lançada em 2009, a atual geração do Mercedes-Benz Classe E
recebeu uma grande reformulação em fevereiro deste ano, quando surgiu o sedã de
quatro portas. Em geral, as mudanças depois do quarto ano são consideradas de
meia geração, mas a fábrica foi além. Investiu pesado em mudanças profundas, ao
se considerar que em 2015, no máximo 2016, surgirá a efetiva nova geração do W212
(código interno de projeto).
Agora chegou a vez das versões Coupé e Cabriolet que, ao
lado da station wagon, completam a família E. Esta é penúltima da gama de
automóveis que inclui, por ordem de tamanho, A, B, C e a de topo, S, que teve
sua avant-première mundial (estática), também em Hamburgo, Alemanha.
Quase todas as peças metálicas da carroceria, para-choques,
grades e conjuntos óticos estão renovados. O Coupé mostra a elegância clássica
da marca: capô longo, atraente desenho em arco do teto e traseira de linhas robustas.
Acrescentou pitadas de ousadia, pois se trata do único modelo nessa categoria
sem coluna central e janelas traseiras que abaixam totalmente.
Por sua vez, o Cabriolet oferece quatro lugares, capota de
lona de alta qualidade como manda a tradição da marca no segmento, janelas de
trás de todo recolhíveis e linha de cintura que sobe de forma suave até a tampa
do porta-malas.
Houve intenção de manter os tradicionais quatro faróis do
Classe E, no caso dois focos de luz atrás de cada lente. No facho baixo, de
série, exclusivamente LEDs (diodos emissores de luz) e no facho alto, são opcionais.
Grandes tomadas de ar nos para-choques e friso horizontal cromado na grade,
interrompido pela estrela de três pontas, vinculam claramente as diferenças
para o sedã.
Capricho foi especial na escolha de materiais de acabamento
interno (madeira e alumínio autênticos). Destaques para quadro com três
instrumentos circulares e a tela multimídia colorida central de seis polegadas.
Sem esquecer o toque nostálgico (em moda) do relógio analógico no meio do
painel.
TECNOLOGIA DE PONTA
Capítulo à parte é o poço de tecnologia que aproxima os
Classes E e S. Começa pela câmera estéreo, colocada na seção elevada central do
para-brisa, com visão tridimensional 50 metros adiante e monitoramento adicional
de 500 metros. Suas informações e mais as de radares e sensores detectam
tráfego à frente e transversal, pedestres e sinalização pública vertical e
horizontal para criar uma classificação espacial do que se move em torno do
automóvel.
Riscos de colisão com o veículo à frente são prevenidos por
esses recursos, aliados ao sistema adaptativo de freio. Também permite seguir
outro carro de forma semiautônoma, pois comanda a direção desde que em ângulos
de esterço pequenos. Até 50 km/h os freios atuam para evitar atropelamento, se
o motorista não reagir a tempo. Em risco de colisão iminente na traseira do
Classe E, o pisca-alerta é acionado de forma automática. Pouco antes de um
choque inevitável, também o freio de estacionamento autoatua a fim de diminuir
solavanco aos ocupantes (risco de lesão cervical) e acidentes secundários, quando
o carro é empurrado para frente ou para os lados.
O assistente de permanência na faixa agora monitora o
tráfego contrário ou paralelo (em rodovias multifaixas). Se há hipótese de
colisão, os freios de apenas um lado são autoacionados. Assim não depende mais
apenas de pintura no asfalto, vigiada pela câmera, para manter a trajetória, se
o motorista erra ou se distrai. Aliás, o monitoramento de atenção ou cansaço ao
volante foi aperfeiçoado: age em velocidades mais altas que antes e informa
nível de distração e tempo acumulado de direção desde a última parada.
Agora, a reprodução no painel das placas indicativas de
velocidade, que funciona muito bem na Europa, inclui sinais de proibição de
ultrapassagem e de restrição de acesso. O Classe E só deve ao Classe S o
sistema de visão noturna com mais recursos e a possibilidade da câmera estéreo
vislumbrar buracos ou desníveis na pista, seguido de comando para prévia adaptação
das suspensões pneumáticas do modelo topo da linha.
MOTORES E CÂMBIOS
Com objetivo de cobrir todas as opções de mercado, a
Mercedes-Benz oferece seis motores a gasolina, de quatro cilindros em linha,
V-6 e V-8, todos com turbocompressor (potências entre 184 cv e 408 cv), além de
três a diesel (de 170 cv a 252 cv).
Para o Brasil, o motor de 4 cilindros do E200 (2 litros/184
cv) pode abrir as escolhas, mas o E400, novo V6 com dois turbocompressores (3
litros/333 cv), deve atrair interessados.
Há dois câmbios possíveis: automático convencional, sete
marchas, de funcionamento eficiente e manutenção estendida; em breve, versão
manual de seis marchas de acionamento suave e curso curto, para público
específico. Por aqui, nem pensar em câmbio manual. O mercado permanece focado
em automáticos, quando se trata de modelos acima de R$ 100.000.
A fábrica destaca que se o motorista usar as hastes de
comando atrás do volante para subir ou descer marchas, o sistema volta, depois
de certo tempo sem manuseio, para o modo automático, mais eficiente em economia
de combustível. Não é novidade, pois outros modelos de várias marcas apresentam
recurso igual.
AO VOLANTE
Foram duas viagens de testes, de 250 quilômetros cada: uma
com o Classe E Coupé e outra com o Cabriolet. A primeira entre Hamburg e a ilha
de Sylt, aonde se chega depois de colocar os carros em vagões de trem, numa
travessia de meia hora. No dia seguinte, de ferryboat até a vizinha Dinamarca e
volta a Hamburb, Alemanha.
O Coupé foi construído para dar conforto a quem viaja nos
bancos dianteiros. Atrás, o espaço para as pernas é bem pequeno, embora o
acesso, facilitado: banco elétrico desliza automaticamente para frente ao
destravar o encosto. Sem a coluna central, a ancoragem do cinto de segurança fica
muito atrás. Mas, os ocupantes ficam dispensados de qualquer ato de
contorcionismo graças ao suporte elétrico deslizante para o cinto, logo ao
fechar a porta.
A exemplo dos novos Mercedes-Benz, a alavanca do câmbio automático
migrou do console para a coluna de direção. Isso simplifica o acesso aos
comandos e, claro, significa uma volta ao passado. Alguns acham que retira
“esportividade”. Nada de errado: outras marcas não aderiram, mas no Ferrari 408
Itália também é assim. Caixa de direção dispõe de variações de assistência
elétrica com a velocidade e de relação de redução em função do ângulo de
esterço. Na prática, melhora a estabilidade direcional e mantém conforto em
qualquer situação. Por enquanto é opcional, mas de série no futuro, informa o
fabricante.
Firmeza correta em qualquer superfície mostra a qualidade das
suspensões, com amortecedores adaptativos. Mas pode-se encomendar o sistema de
controle eletrônico que, ao comando de um botão, ajusta as suspensões para uma
condução mais esportiva ou mais voltada ao conforto.
Ao E400, estavam reservadas as maiores emoções, claro. As
sensações, pelas respostas do acelerador, são de um V-8 e não de um V-6. Os
quases 50 kgf∙m de torque surgem a apenas 1.400 rpm e se mantêm nesse nível até
4.000 rpm. Segundo a fábrica, o Coupé acelera de 0 a 100 km/h em 5,2 s e a velocidade
máxima é limitada a 250 km/h (acordo entre marcas alemãs).
Grau de isolamento acústico do Cabriolet é de alto nível. Para
reduzir o incômodo do vento, ao recolher a capota, há o recurso (opcional) de diminuição
de turbulência: pequeno painel entre os encostos de cabeça traseiros, acionado
automaticamente acima de 40 km/h. Sem esquecer, como em outros conversíveis da
marca, do insuflamento de ar aquecido na região do pescoço do motorista e
acompanhante.
PREÇOS NA ALEMANHA
Coupé: 42.661 a 53.312 euros (R$ 113.470 a 136.543)
Cabriolet: 47.600 a 58.191 euros (R$ 126.616 a 154.788)
2 comentários:
Brincadeira né. O topo do conversível custa o mesmo que um classe C básico aqui. Kkkkk
Pobre terceiro mundo. Nunca teve direito a nada e nunca vai ter.JAT.
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