quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DE CARRO POR AÍ COM O NASSER


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Coluna 0411 26jan2011

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New Beetle, o eterno Fusquinha

Charmoso, bem formulado, bom para andar em trabalho e lazer, o Volkswagen New Beetle está encerrando um ciclo e em breve iniciará outro com versão atualizada. É divertida tentativa de perenizar o Fusquinha, ou Beetle, como mundialmente conhecido, em cerca de 20 milhões de unidades produzidas, dando certo na primeira edição, que se encerra após mais de década de produção. Proposta interessante, inusualmente não começou por demanda das áreas comerciais ou de marketing, mas da sugestão do designer, J Mays, hoje na Ford e autor de propostas idênticas de interpretação, como os Fords GT e o Mustang. Sobre a plataforma e motor dianteiro do Golf, criou os painéis de lata bastantes para formar outra carroceria e criar nova proposta. Incrementou detalhes como faróis e lanternas traseiras redondos, com operação atual, mas desenho lembrando especialmente as caricaturas sobre o Fusquinha. A instrumentação também reflete o descompromissado VW de entrada.

Obteve o resultado ao provocar lembranças com um conceito de linhas preso à plataforma e mecânica do bom Golf geração V.
Mescla entre realidade e lembranças, copiou detalhes visuais e características boas e más do projeto original, como o restrito espaço interno e a absoluta falta de compartimentos para guardar os itens que à época do Fusca não eram usados, mas hoje integrando o universo geral: chaves, celulares e que-tais, abridor de portão, moedas, dinheirinhos para os para-trombadinhas dos sinais, ... estas coisas pós-modernas.

Nunca propôs rivalizar com os demais VW, lembrando o comportamento de mercado, fez como o Karmann-Ghia, o único carro de linhas esportivas pesando mais que o sedã de origem. Era destinado aos admiradores do carro e apenas isto bastava. Se inspirava performance, estabilidade ou velocidades inexistentes, era coisa tópica. No mercado o New Beetle tem comportamento mercadológico assemelhado. Seus usuários tratam-no como objeto de carinho, uma ligação com o passado, e suas limitações, especialmente na acomodação interna, fazem parte do imaginário.

Vendeu relativamente bem. Atua num mercado imprensado, onde todos os concorrentes se equivalem, diferenciados por menos de 10%, todos vendendo em torno de 1.500 unidades ao ano. Poderia ter conseguido melhor resultado se a VW se aplicasse mais ao produto. Afinal, entre Fiat 500, Mini, Smart For Two, é o único com redução tarifária.

Mecanicamente é o Golf antigo. Sólido, confiável. Motor antigo, em vias de se transformar em referência de arquivo, desloca 2 litros, 8 válvulas, fazendo limitados 116 cv – os atuais motores 1.4 arranham esta potência. Frouxo em torque: apenas 16,5 mkgf, quando outros 2.0 andam em torno de 20 unidades. Junto, transmissão automática com 6 velocidades. Freios a disco nas 4 rodas, suspensão McPherson frontal e semi independente na traseira. Direção com assistência hidráulica.

Unidade utilizada, branca com estofamento em couro vermelho abordozado juntava elegância a apelos de memória de combinação idêntica ao fim dos anos ´60, embora no Fusquinha, couro só dos sapatos, cintos e bolsas dos ocupantes.

Agradável de uso, descompromissado em performance, com o câmbio se esforçando para compensar a pequena tropa do motor, conseguiu andar, a grosso modo, cidade e estrada, 10 km/litro de gasálcool.

É ainda encontrável como estoque remanescente a valor negociável e abaixo de R$ 75 mil referência da versão completa. Lembre-se o leitor tratar-se de unidades finais. A Volkswagen no México ao descontinuar o Golf 5 deu fim à dos derivados New Beetle e Bora.

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 New Beetle. Agradável.

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E o Simca, lembra? Voltará

A marca Simca, lembrada dos brasileiros apenas pelos Chambord, Tufão, Emi-Sul, Esplanada e Regente, na verdade era muito maior que estes apêndices herdados à Ford.

Eram elegantes, resistentes, econômicos e, ao fim de seu ciclo, performáticas, como o imbatível Simca Abarth – pequeno e mais rápido que um Ferrari à época – e até seus resíduos Talbot, campeões de rallies, quando a Peugeot assumiu a Chrysler, dona da Simca desde 1964, e operou com a marca Talbot.

Pois é, pode voltar. A PSA, holding de Peugeot e Citroën, quer uma marca de entrada, repetindo a Renault com Dacia – é a marca europeia do Logan. E, para baixar preço, além da licença poético-mecânica de usar plataformas descontinuadas e engenharia com processos econômicos, também quer começar no lugar onde se fazem os carros com os menores custos industriais do mundo, a Turquia (não confunda preços industriais com lucro unitário pois aí somos campeões).

A PSA pensou em exumar as marcas Panhard e Talbot. Primeira, sempre identificada com tecnologia, mas de pouco reflexo mundial. A outra, inglesa e pioneira, acabou sendo utilizada pela Chrysler e herdada pela PSA nos pequenos carrinhos. Infelizmente acabou há 30 anos bem pontuada como campeã de rallies, mas envolvida numa complicação com mão de obra que fechou fábricas e ajudou a PSA na decisão de fundir e acabar com as marcas.

Simca, mais antiga, tem a aura da soma de elegância e resistência, e a de ter sido a marca europeia com o maior número de pequenas montadoras mundo a fora. Era a mais internacionalizada, o que instigou a Chrysler a assumi-la e descobrir que a grosseria industrial e capitalista norte-americana é incompatível com os métodos europeus.

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 Simca, de volta. Agora como Peugeot barato

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Roda-a-Roda

Tempo – Conversa Internet garante próxima volta da Alfa Romeo ao Brasil. Voltará, mas não tão rápido: 2013. O Brasil é periférico atrapalhado do projeto Américas, possivelmente último mercado continental a ter a marca.

Ao vivo – Conta Automotive News Brasil, excelente revista mensal sobre indústria automobilística, o principal executivo da Lexus, marca luxuosa da Toyota, tem feito pesquisas diretas, organizando jantares para com ex e possíveis futuros proprietários, e ouve opiniões. Descobriu como são fracas a comunicação da empresa e suas pesquisas. Olho no olho oferece parâmetros mais autênticos para ajustar o produto e sua imagem.

Opção – A Honda criou versão mais barata do Fit, a DX. Significa, oferecendo R$ 50 mil podes levar o pequeno automóvel, com motor 1.4, transmissão mecânica de 5 velocidades, freios a disco apenas na dianteira, rodas de aço, calotas e sem rádio ou alto-falante. Com mais R$ 4 mil, motor 1.5 e transmissão automática por sistema hidráulico.





Fidelidade – Aberta a temporada para esquentar vendas no atrapalhado princípio de ano. Quem tiver Nissan e for trocá-lo por outro carro da marca ganha desconto adicional. Vale para a troca de Tiida Hatch e Sentra (ano/modelo 07/08 a 09/09), Frontier e Xterra (fabricados no Brasil – qualquer ano/modelo) por Sentra e Tiida Hatch, com bônus adicional de R$ 2,5 mil, e Frontier com R$ 5 mil de desconto. Até 15 de março. Depois, o mercado engata sozinho.

Re-call – Defeito curioso determina levar Fords EcoSport e Fiesta Rocam aos distribuidores para verificar as portas traseiras, com risco de abertura. Respectivamente anos 2007, 08, 09, 11 e 2008 e 09. Ecos chassis 500.004 a 999.979 e 575.295 a 598.749. Fiesta, 107.522 a 423.122.

De novo – 1,7M de Toyota é chamado a re-call. A marca padece com os custos e desgastes institucionais que provocam quedas em vendas. Aqui o comprador é superior a isto.

Caminho – Preparando colaboradores à aposentadoria, a MWM International, fabricante de motores diesel, implantou programa em suas fábricas para discutir o futuro e nova vida dos funcionários.

Democracia – Em agrado aos mineiros, sentindo-se traídos pela Fiat ao implantar outra cidade industrial, desta vez em Suape, Pe., a montadora patrocinará a ida a B. Horizonte, de síntese da 29ª. Bienal da Arte de S Paulo: 190 obras, 35 artistas. Após, a outras 11 cidades, Recife incluída para mostrar aos pernambucanos as vantagens acessórias de uma fábrica de automóveis. A Brasília, com a população mais educada do país e maior consumidora de obras de arte, não irá.

História – Na boa trilha de resgatar os feitos automobilísticos do Brasil, a Mahle Metal Leve produziu outro livro - A História do Automobilismo Brasileiro – Paixão e Técnica ao Volante, pelo mítico Luiz Pereira Bueno, o Luizinho. Visto como o mais completo dos pilotos nacionais, Peroba merece a carinhosa homenagem. A fim? www.nobresdogrid.com.br

Antigos – Russo & Steele, dos maiores leiloeiros de automóveis nos EUA conseguiu recorde no monumental leilão de Scottsdale, Arizona, quando são levados ao martelo mais de milhar de veículos. Neste ano recorde com Plymouth Barracuda, motor Hemi, 1965. Inexplicáveis US$ 1,7M. Mítico Mercedes 300SL, 1955, Asa-de-Gaivota US$ 744 mil, Cadillac Eldorado Biarritz, topo da marca, US$ 195 mil.

Gente – Marcos Munhoz, 54, diretor da GMB, onde está há 39 anos, promovido. OOOO Vice presidente, responsável por comunicação social, institucional, lobby. OOOO O cargo era dito extinto com a saída do último ocupante. OOOO Só os diamantes são para sempre. OOOO Alfredo Altavilla, 38, engenheiro, novo coordenador de veículos comerciais na ACEA, a Anfavea da União Européia. OOOO Dentro do método de trabalho Fiat, acumula com a presidência da FPT; da IVECO; boards da Fiat e da Chrysler. OOOO Sandro Trentin, 38, engenheiro, contratado. OOOO Diretor operacional da Keko, fábrica de acessórios que quer crescer 1/3 em 2011.OOOO

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