NAIAS. Os carros dos EUA renascem
25ª edição do NAIAS, o Salão do Automóvel em
Detroit, a sempre identificada cidade do automóvel. Não é o mais, embora ainda
tenha em suas beiradas Ford, GM e Chrysler. A abrasão entre capital e mão de
obra, o abrutalhamento da cidade, atrativos de outros estados, pulverizaram a
outros estados a instalação de fabricantes e suas plantas de fornecimento de
auto partes ou de montagem. Detroit, exceto o centro, o bairro rico, Grosse
Point, é punida pelo esvaziamento, pela população encolhida à metade – creem-se
atualmente 700 mil moradores -, pela queda de qualidade de vida, desemprego, e
incapacidade dos gestores em mante-la com respeito operacional e aos impostos
recolhidos.
A cidade é inexequível, e a queda da
atividade econômica tem más consequências: prédios, galpões, espaços industriais
abandonados há décadas, ruas e estradas esburacadas, exceção ao padrão
estadunidense de resposta pública aos impostos arrecadados. Chocante no
compará-la com a vizinha canadense, ao outro lado do Rio Windsor, que he dá
nome.
No usual o Salão recebe 500 mil visitantes
entre os dias de imprensa, convidados e caridades, e semana com público. Neste
2014, entretanto, as perpectivas menores pelo tempo polar, nevascas, previsões
de aeroportos fechados a pouso e decolagem, estradas de ferro bloqueadas, rodovias
geladas e perigosas.
A projeção mudou as perspectivas a três dias
da abertura, com regularização dos vôos – Detroit recebe um por minuto -, a
redução da queda da neve, a elevação da temperatura a suportável zero grau.
Ante a anterior, quase verão…
E daí ?
O 25° Salão de Detroit deixará marcas
importantes. Em primeiro lugar surpreende favoravelmente. Sofreu vales de
esvaziamento e cinco anos após a crise atordoando a indústria automibilística
volta, qual Fênix, a patamar de festa bem produzida, sem economia, com
imponentes estandes. Nos largos corredores as passadeiras baratas deram lugar a
tapetes com 1 cm de espessura. Similar, porém com menos impacto – em 2009
durante a apresentação de novos modelos da GM funcionários faziam passeata no
estande pedindo garantia de emprego. Neste, grupo da Nissan tentava apoio
popular para filiação a sindicato – vedada pela montadora nipo-francesa.
A edição tem novos produtos, novas
tecnologias, novo enfoque quanto a veículos, factibilidade nos caminhos de uso
de energia renovável, cuidado em valorizar conteúdo dos carros de menores
medidas e preços, em constante adesão pelos antigos usuários de carros maiores.
Consequência, carros melhor equipados, decorados, com enorme leque de
facilidades eletrônicas, mais seguros e econômicos, menos poluentes.
Novidades
Importante, novo picape Ford F 150, veículo mais vendido nos
EUA, utiliza motor pequeno, V6, 2.700 cm3 de deslocamento, coisa epicurista, 4
comandos de válvulas nos cabeçotes, injeção direta e um turbo. Potência não
declarada pois será lançado no segundo semestre, em modelo 2015. O motor evolui
do anterior 3.5 V6 turbo, e seus testes foram de carga máxima, exigências
militares. É nova geração dos EcoBoost, e a tendência é fazer dupla com o V6
3.5, tirando da produção os aspirados V8 5.0 e 6.2. Não virá ao Brasil. Porém
novidade mundial é o intenso uso de liga de alumínio da carroceria – quase 70 %
– no reduzir peso. Idem, mescla de aços especiais reduz peso, aumenta
resistência estrutural. Interessa ao Brasil pois a tecnologia do líder será
copiada pelos concorrentes e, como novo caminho, permeará a outras marcas e
veículos.
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Chrysler 200
Impactante. Feito sobre plataforma Fiat, motor de quatro
cilindros transversal, 2.4, 16 V, 184 hp de potência ou V6 Pentastar 3.6 e 295
hp. Acerto de suspensão e direção em padrão europeu, e a novidade da
transmissão automática com 9 ! velocidades, tração dianteira ou nas quatro
rodas.
Refinado em construção, decoração e conteúdo de confortos,
segurança e eletrônica, quer concorrer com Mercedes C, BMW 3, Audi A3, Honda
Accord, Toyota Camry, Nissan Altima, coreanos no segmento, e Ford Fusion.
Parece um Audi A7 em escala. O 200 enfatizará o bom slogan praticado pela Chrysler na concorrência com os produtos de
origem estrangeira – Importado de
Detroit.
Interessa ao Brasil, onde a aplicação desta plataforma aguarda
as definições pós união Fiat/Chrysler, e a apresentação do novo plano trienal
incluindo produto comum Alfa Romeo-Fiat-Dodge/Chrysler na nova fábrica
pernambucana.
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Chrysler trará ao Brasil os produtos da linha Jeep, Gran
Cherokee, em pré venda, o Durango feito sobre sua plataforma, e Cherokee,
reformulado, mais leve e com transmissão de nove marchas.
Do grupo, a Fiat importará a versão Abarth para seu modelo 500.
Um pequeno foguete, com 160 cv de potência.
Possibilidade
Projeto corajoso, tipo exibição explícita de tecnologia factível
e produto quase imediato, a Audi apresentou o “Audi Allroad Shooting Brake Show Car” – na prática um protótipo de
camioneta. Como peculiaridades, duas portas, uso em estrada e fora, e valer-se
prioritariamente de tração híbrida. O gerador é motor 2.0 TSI, turbo, injeção
direta, dois tipos de injeção, direta e indireta, 292 hp, câmbio de seis
marchas com tração dianteira. Motor elétrico com 40 kW – pouco mais de 50 cv –
e cerca de 27 mkgf de torque. Bandeira respeitável, a combinação é capaz de
andar 100 km com menos de dois litros de gasolina !
No eixo traseiro, outro motor elétrico, 85 kW – aproximados 110
cv - operando por demanda eletrônica, criando a tração total. Motores somam
convincentes 408 hp de potência permitindo acelerar de O a 100 km/h em 4,6s.
Carro de sonho – regulagens dos pedais avança e recua o console
-, quatro lugares espaçosos, duas portas como elemento de esportividade,
soluções factíveis para levá-lo à produção bem aproximado do conceito mostrado,
e tecnologia a ser aplicada aos demais carros de linha, incluindo os Audi a ser
feitos no Brasil, sedã A3 e utilitário esportivo Q3.
Audi Shooting Brake, conceitos a ser
realidade
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nteressantes BMW estarão no Brasil antes da produção local, prevista para
2014. São o Série 2, o M4 e o I3, elétrico. A BMW realiza esforço paralelo aos
da Anfavea, associação de marca, para que os elétricos tenham impostos menores
aos carros com motores convencionais.
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Líder
do mercado Premium nos EUA, parte das ações para retomar a liderança na
categoria, a Mercedes apresentou versão GLA pela AMG – o pequeno utilitário
esportivo a ser produzido no Brasil em 2015 -, mostrou o belíssimo Coupé S, o
modelo top da marca, o S 600, com motor V12, e rotulou mais importante o novo
Classe C – a ser produzido nos EUA e no Brasil
Pequenos
Aguardavam-se
novidades dos pequenos fabricantes de carros elétricos. A Fisker, em situação
falimentar, teve negada por um juiz de falências oferta de compra por empresa
chinesa – acusada de inviabilizá-la por cessar fornecer baterias. No caso da
Tesla, em estande mostrando carro pronto e chassi bem desenvolvido e sólido em
alumínio, a crença era de anúncio de venda à GM, mas não se deu.
Curioso,
independente como sempre foi, Bob Lutz, suíço que movimentou os EUA com suas
criações – Chrysler Viper, PT Cruiser, Pontiac Sundance, ex vice presidente da
GM, em época de combustíveis alternativos, foi claro:“- as pessoas querem carros bons”. E criou uma empresa, a VL, e um
produto: de um Karma da Fisker, removeu motores elétricos e baterias, e colocou
motor GM Corvette, a gasolina, V8 6.2 litros. Fez conversível hot rod de fábrica, o Destino. Lutz tem
unidades compradas e quer vender a US$ 200 mil – quase R$ 500 mil.
Sempre
surpreendente, aliou-se à Wanxiang, chinesa de auto peças para comprar a
Fisker.
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Karma elétrico
virou VL Destino
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Roda-a-Roda
Roda-a-Roda
Crescimento – Luca De Meo, membro do Conselho de vendas da Audi,
disse-me sorridente ter novo recorde de vendas para a marca: 1.575.500 veículos
no mundo, 8,3% de crescimento sobre 2012.
Mais - Metas foram superadas dois anos antes. Sorriu mais: a marca teve
recordes em 40 mercados, incluindo ser, pela primeira vez, a Premium mais
vendida na Inglaterra.
Engano – Luca é ex Fiat, estrela ascendente, morou no Brasil na juventude,
simpático, de passe comprado pela VW. Pensei te-lo visto e saudei-o ao se
aproximar. Não era ele, mas Giovanni Perosino, também italiano, também da Audi,
chefe da comunicação de marketing. Enquanto ríamos da confusão pela semelhança,
Vicente Alessi, editor de Autodata,
aproximou-se e também chamou-o de Luca. São muito parecidos.
..... 2 – À noite, idem. Passei pelo Perosino e novamente achei ser o Luca.
Dividimos umas batatas fritas em torno da confusão.
....
3 – Manhã, segunda, entrevista da Volkswagen,
Gilberto dos Santos, da VW, arranjou-me lugar privilegiado, superior, no balcão
da cafeteria da empresa. Perosino se aproxima e o chamo para abrir espaço para
melhor visualização. Não era mas, finalmente, o Luca. Os caras são iguais.
Decisão – Como as outras alemãs a Volkswagen cresceu em vendas nos
EUA – no caso 13,5% - e, para aumentar sua participação no segundo maior
mercado do mundo, visando liderar vendas mundiais em 2018, deu ênfase à marca.
Leque – Faz o novo Golf em Puebla, México anunciou investimentos
de 7 bilhões de dólares nos próximos 5 anos, e a produção de utilitário
esportivo médio – quer dizer porte do Touareg. Colocou um carimbo no projeto:
em 2018 quer vender um milhão de Volkswagens e outro de Audis nos EUA.
Triunfo – Mary Barra, 52, nova presidente da
GM mundial, fez entrada triunfal no NAIAS. Seguranças, executivos, todos
papagaios de pirata disputando invulgar número de foco em câmeras, fotos por
máquinas e celulares. Pop Star.
Bem – Começou bem. A GM, iniciando sair do guarda chuva salvador
do estado norte americano, teve picape Silverado e Corvette escolhidos como Carro do Ano. E distribuirá dividendos
após seis anos de jejum.
Brasil – Mark Hogan, na GM ex presidente da GM no Brasil e ex vice
da matriz, me chama. Feliz em ver velhos amigos e falar língua brasileira. Foi
o primeiro não japonês a integrar o conselho diretor da Toyota e hoje é diretor
tendo foco na operação latino americana. Foi seu dedo quem mandou melhorar o
Etios.
Mais – Diz, nova ação corrigirá painel e outros itens, outro
motor. Estranha o fato de a Toyota ter pouca divulgação. Não sabe, mas as
marcas japonesas dão as costas no relacionamento com a imprensa e público
externo.
Mudança – Aliás, Coluna
informou, a Honda quer quebrar a acomodação, mostrar o que faz. Contrata Marcel
Dellabarba, ex VW e na Mercedes, para gerir comunicação da marca, hoje entregue
a assessorias externas.
Aditivo – Não pelo fato de ser profissional correto, ascendente,
mas os previstos resultados devem sacudir a acomodação sem resultados resultado
da ociosidade das outras japonesas. Possíveis substituições serão boas para o
mercado.
Efeito – Hyundai esperou a Volkswagen anunciar o up! para divulgar
mudanças 2014 no HB20. O up!, mais moderno, será concorrente frontal. Cassio
Pagliarini, diretor de marketing, diz mudanças vieram de pesquisa durante o
ano.
Opção – Maior diferença é opcional, motor 1.6 e transmissão
automática no HB20. O up! por enquanto terá motor 1.0 aspirado. Restante é
tópico: detalhes cromados na bolota do câmbio, retrovisores na cor da
carroceria, tampa de porta luvas ..., e opção de tela com navegação, banco bi
partido no banco posterior.
Choque – O HB20, queridinho do mercado em 2013, terá no up! –
vendas em 10 de fevereiro -, concorrente de maior instigação, atualização e,
dado insuperável, rede de distribuição maior, e formidável máquina promocional.
Mundial –
Pessoal
da Ford Brasil, em especial o designer
chefe João Marcos Ramos, rindo à toa. No balanço da empresa, comando maior
apresentou bons resultados, citando dois produtos mundiais nascidos no Brasil:
utilitário EcoSport e caminhões Cargo.
Mercado –
Finda
a fase do consumo incentivado, a besta da inflação ensaia galope, tomar o freio
nos dentes – e se tornar inadministrável; aumento dos juros; dificuldades em
financiamentos; efeitos de Copa e eleições no consumo.
Mais -
Decisão do governo em iniciar volta ao elevado IPI, permitindo a venda com
alíquotas incentivadas aos carros faturados até 31 de dezembro, fez
revendedores comprar muito, formando estoque. Têm mais de mês de vendas no
pátio – e continuam recebendo os novos veículos.
Ocasião – É o
seguinte: se queres carro novo, compre
agora. Facilidades, algum agrado na negociação e o IPI menor. Resultado da
conta favorável a você.
Conselho – Não se
meta a comprar carros sem ABS ou almofadas de ar. Nestas horas pensar com o
bolso pode trazer maus resultados para o resto do corpo.
Outro
lado –
Se num extremo existem carros como Fiat Mille e Kombi, já descontinuados – as
últimas Kombi não são apenas as bi colores Last
Edition. Há as normais. A 180 graus os novos Mercedes CLA, pequeno sedã da
marca.
Novidade – Não conhece ? Estás certo. Ainda não foi
lançado no Brasil. Porém, nas emoções do período, a Mercedes antecipou-se
enviando aos revendedores a New Edition,
com teto solar e acessórios. Razão ? Aproveitar o IPI menor.
Quantum - Se
afim, mexa-se. Quase todos estão pré vendidos a clientes da marca. E no mundo
há inacreditável déficit de encomendas de 60 mil unidades. Tremendo sucesso.
Nos EUA, US$ 29.900 – uns R$ 73.000. Aqui revendedores pedem R$ 160 mil por
série especial de entrada.
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Auditoria
– Leitores
liderados por Alain Tissier, vice presidente da Renault, corrigem Coluna passada, quando informou aumento
da garantia dos VW para 3.000 km. Nada disto. Três anos. Estão certos.
Gente – Ana Carolina Costa, jornalista, assessora
de imprensa na Mercedes, mudança. OOOO
Irá para a Samsung de eletrônica. OOOO
Chery do Brasil nova direção. OOOO Roger Peng, físico,
experiência em autopeças no CAIP Group e na Visteon. OOOO Sergio Marchionne, 61, contrato renovado para mais três anos à
frente da Fiat e Chrysler. OOOO Maio apresentará e
administrará o próximo plano trienal. OOOO
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