segunda-feira, 16 de maio de 2011

AUDI A1 POR BOB SHARP

PEQUENINO, MAS RESOLVE...

Audi A1 fez sucesso assim que foi lançado no Salão de Genebra de 2010. Agora chega ao Brasil e é o primeiro Audi que custa menos que 100 mil reais, ao ser comercializado por 89.900 reais. Um Audi “popular”. 

A plataforma é VW Polo e, portanto, o Audi A1 é compacto. Hatchback duas-portas, mede 3.950 milímetros de comprimento com entre-eixos de 2.470 milímetros, tendo 1.740 milímetros de largura por 1.420 milímetros de altura. Espaço para quatro, cinco com algum aperto no banco de trás. O diâmetro mínimo de curva é de 10,6 metros, bom para o trânsito denso.

O Cx (coeficiente de arrasto) é 0,329, com 2,04 metros quadrados de área frontal. O compartimento de bagagem é modesto, apenas 267 litros, 920 litros com o banco traseiro rebatido. Os vidros laterais são acústicos.
O motor TFSI 1,4-litro é turboalimentado com interresfriador e injeção direta. Com duplo comando acionado por corrente e quatro válvulas por cilindro, desenvolve 122 cv a  5.000 rpm, torque de 20,4 mkgf de 1.500 a 4.000 rpm (curvas ao lado). Pesando 1.200 kg em ordem de marcha, são 9,8 kg/cv de relação peso-potência, responsável pela aceleração 0-100 km/h em 8,9 segundos e pela velocidade máxima de 203 km/h, segundo a fábrica. Não é dos mais potentes mas dá para divertir.

Principalmente associado ao câmbio robotizado sete-marchas de duas embreagens (a seco) e suas trocas manuais rápidas pela alavanca ou pela borboletas, bem como pelos pneus 215/45R16 escolhidos para a comercialização no Brasil (a medida básica é 205/55R15). O bom comportamento em curva é proporcionado pelas usuais suspensões dianteira McPherson com subchassi e barra estabilizadora, e traseira por eixo de torção.

A direção é rápida,.relação 14,8:1, com assistência eletro-hidráulica dependente da velocidade e o veículo conta com controle de estabilidade, que pode ser desligado. Com o câmbio em modo S a assistência de direção diminui e nas trocas automáticas a sétima marcha é desabilitada.

Uma particularidade do transeixo é a existência de duas relações de diferencial, 4,800:1 para 1ª., 2ª , 3ª e 4ª e 3,429:1 para 5ª, 6ª e 7ª. Nesta marcha, a 120 km/h o motor está a 2.400 rpm. A velocidade máxima é obtida em sexta. Os números de consumo oficiais são surpreendentes: 15,4 km/l urbano e 21,7 km/l rodoviário. Por isso o tanque de 45 litros, aparentemtente pouco, proporciona boa autonomia Há sistema desliga/liga motor opcional.

O estilo é tipicamente Audi, com a grande grade trapezoidal com moldura cromada e ornada com o emblema-logotipo de marca, os quatro anéis entrelaçados. Não poderiam faltar as luzes de uso diurno, os já "audianos" filetes com LEDs em cada farol bi-xenônio. LEDs são usados também nas lanternas traseiras.

Ainda na parte visual do A1, são 11 cores de carroceria entre sólidas (3), metálicas (5) e perolizadas (3), e o carro pode vir com os arcos longitudinais do teto em pintura diferente (opcional de R$ 1.350).

O interior traz rigorosamente tudo o que se espera de um veículo premium, especialmente num carro alemão. O luxo, os cuidados e os materiais saltam à vista e ao tato. O teto solar panorâmico custa R$ 4.500, apliques no interior de várias cores a escolher, R$ 790, sistema de áudio Bose, R$ 3.374 e partida a botão sem chave, R$ 2.500 (!). Tudo somando, o A1 chega a R$ 98.441.

Como anda
Um carro alegre, para o qual é indiferente andar tranqüilo ou acelerando forte. A calibração da suspensão está no ponto certo na conciliação de conforto e estabilidade. Mesmo forçando em curva a roda traseira interna permanece no chão, sem a levantada normalmente vista nos carros de suspensão traseira por eixo de torção. O isolamento do mundo exterior é dos melhores; os bancos, perfeitos. O A1 faz tudo bem – faz curva, acelera e freia. 

O kartódromo de Aldeia da Serra, próximo a São Paulo, que está virando autódromo tanto que é usado para avaliação de carros nos lançamentos, não é ideal mas serviu para numa tocada mais rápida avaliar alguns pontos do novo Audi. Ele é um pouco "frentudo", sai de frente mais do que eu esperava (visível na foto de abertura), e as trocas de marcha não são tão secas e positivas quando em outros Audis com esse tipo de câmbio que já dirigi. A Audi explica que é devido às embreagens a seco e também aos objetivos de calibração da fábrica. Mas isso não tira o mérito da excelência do sistema, que continua superior a tudo que existe em câmbio hoje, em especial na questão do consumo.



O motor TFSI 1,4 não é dos mais potentes

Na magnífica estrada que liga a Rodovia Castello Branco, no km 48, a Pirapora do Bom Jesus, um percurso com boa variedade de curvas, subidas e descidas, deu para sentir as qualdades dinâmicas do A1, sem prejuizo do conforto. Como dito acima, ele anda certo. Vai agradar e se juntar ao time dos carros "diferentes" que já estão no mercado: Smart, MINI e Fiat 500.

Bob Sharp 

Notas do Editor:
Fiquei um pouco com água na boca por o A1 ter só 120 cv, quando qualquer Fiat T-Jet tem mais de 150 com os mesmos 1,4 litro....
O cúmulo da frescura é a partida sem chave a 2.500 reais...
Quem acha o A1 é caro tem o essencial no Polo Hatch a menos da metade do preço, mas sem o interior realmente Premium e a caixa robotizada de sete marchas....mas o handling soberbo está ali e o motor EA 1600 (116 cv) se defende muito bem...

Nenhum comentário: