terça-feira, 13 de dezembro de 2011

TRIUMPH SPEED TWIN, O PRIMEIRO URRO DO LEÃO BRITÂNICO...


Sempre gostei dessa expressão sobre o Leão Britânico urrando, mas desta vez vou escrever sobre os primórdios da moto esportiva inglesa: a Triumph Speed Twin 5T.

Mãe de todas as bicilíndricas das varias marcas da velha Albion, a Speed Twin foi a primeira a ter dois cilindros paralelos que funcionavam direito, ou pelo menos funcionavam depois de alguns ajustes....Tais como aumentar o número de prisioneiros do bloco de seis para oito para vedar melhor a coisa.



Lançada no Salão de Motos de 1937, era obra de um dos mestres da engenharia britânica de motores: Edward Turner influenciou toda uma geração de projetistas com suas Triumph e depois com os motores V-8 da Daimler, o grande 4,5 litros e o pequeno 2,5 litros nos anos 60.

A Triumph tinha um motor vertical de dois cilindros com 500 cm³ e válvulas no cabeçote, montado em um quadro de peso leve que era compartilhado com as monocilíndricas da marca. Foi a primeira moto de dois cilindros a ter sucesso, pavimentando o caminho para as outras Triumph subseqüentes como as Tiger 500 e Bonneville 650 e muitas outras motos inglesas como as BSA, Ariel e Norton.


A Speed Twin foi o produto que salvou a Triumph e a lançou ao futuro em 1938. Pena que depois disso quase nada mais aconteceu e a marca foi se deteriorando técnicamente. Muito contribuiu para o sucesso seu baixo custo de produção, pois não era só o quadro que era comum com as mono, mas também a frente de molas e o “rabo duro”, a traseira rígida sem suspensão – só molas no selim –, depois aperfeiçoada com oferecimento opcional de um cubo elástico com uma mola meio restrita de curso, mas mesmo assim uma mola...


Mais uma das idéias geniais da indústria inglesa. Usar a mesma estrutura do rabo duro mas ter UMA POLEGADA ou 25 mm de curso em um conjunto complexo de peças, ao invés de usar logo uma balança e dois amortecedores, o que veio a acontecer nos anos 50. Pelo menos ao ser relançada em 1946 ela teve uma frente telescópica e os freios continuaram a ser dois tambores, como usual na época. Uma revolução foi a troca do dínamo e magneto por uma ignição Lucas de platinado e bobina em 1950, mas sempre com um amperímetro para quando o Fantasma de Joe Lucas se fizesse presente. Pelo menos dava pra saber quando ia parar... o motor durante anos, até 1959, foi separado da caixa de câmbio de quatro marchas para poder ser usada a caixa das monocilíndricas.

O motor, de bloco de ferro e baixa compressão – 7:1 –, assim mesmo tinha 27 cv a 6.300 rpm e com o baixo peso a Speed Twin virou a queridinha da polícia Inglesa e a de muito países, pois depois que o quadro virou elástico em 1959 ela se tornou uma moto rápida e boa de curva. Seu baixo peso, pouco maior que uma mono, a ajudava a ser maneável e assim foi até 1966, quando a linha acabou depois de 28 anos em produção. 
Imagine uma moto de pré-guerra já enfrentando nessa época as Honda Dream 305 e assemelhadas com eletricidade confiável... a Lina deu origem ainda às Tiger 100 fabricadas até 1973, quando não deu mais mesmo e foi tudo pra aquele lugar...



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